Tudo o que restou da vida do casal Celso Roberto Kieulenas, 61, e Maria Rosa da Silva, 52, ocupa pouco menos da metade de um banco da Praça Ouvidor Pardinho, no centro de Curitiba. É lá que há mais ou menos um mês eles estão instalados, acompanhados apenas pelo cachorro. Os filhos do casal, um menino de 14 anos e uma menina de 15, foram encaminhados pelo Conselho Tutelar para abrigos.

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A vida na rua começou há cerca de quatro anos, quando Kieulenas perdeu a casa onde morava depois de um grande desentendimento em família. O imóvel foi vendido pelos três irmãos do idoso, mas a parte que lhe cabia do dinheiro nunca foi entregue. Com isso, ele ficou sem ter onde morar e logo em seguida perdeu o emprego. Foi o suficiente para precisar reunir o que sobrou em algumas sacolas e seguir para na rua.

Desde que perdeu a casa, o casal já morou na Praça Rui Barbosa e ficou abrigado na Fundação de Ação Social de Curitiba, para onde decidiu que não voltaria mais depois que o idoso foi agredido por guardas municipais. Eles também receberam a proposta para cuidar de uma casa no litoral do Estado, mas desistiram de ficar porque não tinham condições de levar os filhos para morar no mesmo local. “Ficar sem os pertences não é o pior. O pior é ficar longe das crianças”, conta Maria Rosa.

Na busca por seus direitos em relação à venda da casa e na procura de onde morar com a família, Kieulenas acionou a Defensoria Pública e também fez a inscrição na Cohab. Nenhuma das alternativas ainda teve resultado. Enquanto isso, o casal depende de doações, especialmente de comida. “Preciso de ajuda, mas não precisa ser tanto. Só um emprego e uma casa para morar”, pede o idoso.

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Veja na galeria de fotos o casal.