Após dez anos aguardando na fila da Companhia de Habitação do Paraná (Cohab) para realizar o sonho da casa própria, Iliane da Aparecida Ribeiro descobriu que o imóvel onde passou a morar, no Fazendinha, já acumulava uma dívida de R$ 88 mil. A cobrança relativa a taxas de condomínio atrasadas pelo antigo morador tirou muitas noites de sono dela.

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Em 2004, a Cohab informou que Iliane havia sido sorteada para adquirir um imóvel. “Quando surgiu essa possibilidade pensei que tudo iria melhorar, pois o custo de um aluguel no orçamento é muito pesado e não permitia que eu juntasse dinheiro para investir em uma casa própria”, conta.

Para revender as moradias que eram retomadas de mutuários inadimplentes, a companhia fornecia uma carta se responsabilizando pelas dívidas anteriores à compra, com a promessa de que seriam pagas após uma sentença judicial. Porém o pesadelo de Iliana começou em 2007, quando sua filha foi aprovada em um concurso público em Ponta Grossa e a família decidiu vender o imóvel para se mudar. “Contraí um empréstimo para quitar o imóvel e vendê-lo. Foi quando descobri que essas dívidas ainda estavam no imóvel, pois a imobiliária puxou as certidões da casa e me acusou de tentar aplicar um golpe”, relata. Com a situação enrolada, ela desistiu de negociar o imóvel e mudar para os Campos Gerais.

O processo foi julgado e a dívida está sendo cobrada de Iliane. Após ser questionada sobre o caso pela Tribuna, a Cohab informou que apenas aguardava o término da ação para poder pagar o valor. Segundo o órgão, até a próxima quarta-feira (15 de abril), o débito deve ser quitado e a situação do apartamento de Iliane fica regularizada. A companhia ressaltou que sempre se dispôs a informar a proprietária sobre o trâmite do processo, porém diz que legalmente não poderia realizar o pagamento antes do julgamento.

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Alerta aos mutuários

Financiar um imóvel, para a maioria dos brasileiros é a única maneira de conseguir ter acesso à sua primeira moradia. Porém, comprar uma casa não é tão simples e é preciso tomar algumas precauções. Segundo a Associação Nacional dos Mutuários (ANM), a falta de pagamento de parcelas e atrasos de condomínio são as principais causas da perda de imóveis
financiados.

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“Muitas pessoas são lesadas pela falta de uma boa investigação sobre os antecedentes do imóvel”, diz o presidente da entidade, Luiz Alberto Copetti. Segundo ele, muitas casas vão a leilão por conta de débitos passados. “Muitas pessoas ficam sabendo que sua casa foi para leilão quando o imóvel já foi arrematado. É possível, porém, tentar renegociar essas dívidas ou até, em alguns casos, reaver o leilão do bem”, orienta.