E não é apenas no jogo que Matheus se mostra no comando. Em casa e nos estudos ele se comporta como qualquer garoto da sua idade. “Minha vida é normal. Gosto de basquete, futebol de salão, matemática e de ir à igreja”, cita. O irmão gêmeo Thiago é o primeiro a garantir isso. “Ele consegue me acompanhar em tudo”.
Matheus tinha apenas quatro anos de idade quando perdeu toda a perna e a coxa em um acidente com um ônibus biarticulado da linha Circular Sul. Ele escapou da mão da vizinha e o ônibus o atingiu. O menino foi parar debaixo das rodas. Os pais e o irmão viram tudo. A mãe, Célia Regina Tostes dos Santos, 43 anos, lembra que o filho ficou 13 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital do Trabalhador e permaneceu mais quatros meses na ala semi-intensiva. “Foi um milagre ele ter se salvado desta forma. Os médicos achavam que iriam ter que amputar a outra perna porque não tinha batimentos cardíacos. Rezamos por mais de três horas e na segunda avaliação a perna dele se salvou”, afirma.
Mesmo convivendo com algumas sequelas, como o uso de sondas para urinar, o garoto tem em casa a lição de que não adianta reclamar da vida. “Compreender, não se remoer e preservar o bom astral, sabendo que outras pessoas têm problemas bem mais difíceis. É amparando a vida na palavra de Deus que ele e nossa família superamos isso”, ensina o pai de Matheus e motorista de ônibus, Hemerson Ribeiro dos Santos, 40 anos.