Apesar da confirmação do início da greve dos professores municipais de Curitiba para segunda-feira, a Secretaria Municipal da Educação orienta as famílias de alunos matriculados na rede pública municipal a levarem seus filhos para as escolas. A secretaria diz que fará todo o esforço possível para garantir atendimento aos estudantes, mas não detalha como pretende proceder. A paralisação é por tempo indeterminado.
Segundo o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac), o principal motivo que leva a categoria a cruzar os braços é o prazo de 24 meses para implantação integral do novo plano de carreira. A entidade reclama que o tempo para a implantação foi estabelecido pela prefeitura, à revelia da direção do sindicato, no projeto de lei que foi enviado à Câmara de Vereadores no dia 1º de julho.
A decisão de paralisar as atividades a partir do dia 11 foi aprovada por expressiva maioria na assembleia realizada no dia 31 de julho. Na segunda-feira, os grevistas pretendem se concentrar em frente à Câmara Municipal, a partir das 9h.
A prefeitura diz que não pode fazer a implantação imediata do plano em função de limitações orçamentárias. A Secretaria da Educação afirma que o plano de carreira trará avanços históricos para a categoria. Também argumenta que o plano foi elaborado por iniciativa da atual administração municipal e “discutido de forma aberta e transparente com professores e representantes sindicais, em mais de cem encontros nos últimos meses”. Em nota, a pasta alega que o plano “corrigirá em apenas dois anos distorções acumuladas ao longo de 20 anos, garantindo novo horizonte para a carreira do professor, com salários dignos e reconhecimento da trajetória na rede municipal”.
De acordo com a administração municipal, imediatamente após a sanção da lei, equipes da Secretaria Municipal de Recursos Humanos farão análises individualizadas da situação de cada um dos 12 mil profissionais do magistério, para calcular as distorções causadas por planos anteriores. Com esses cálculos vai se chegar à diferença entre o que o servidor ganha na tabela atual e o que ganharia na nova. Essa diferença será transformada em referências, para enquadramento na nova tabela. A prefeitura garante que todos receberão ao menos uma referência e que ninguém terá perdas, mas ganhos de 11,58% a 56,21%, conforme a formação.
Embora a implantação total do plano só ocorra dentro de 24 meses, a prefeitura diz que a ideia é repassar os ganhos aos professores ainda este ano. O valor correspondente às distorções será pago em quatro parcelas. A primeira, em até 90 dias após a sanção do plano. A segunda, em até nove meses após a primeira etapa. A terceira, em até nove meses após a segunda etapa. E a quarta, até seis meses após a terceira etapa. Todas as parcelas serão corrigidas conforme os índices utilizados para reajustar os salários dos servidores.
