As chuvas constantes ocorridas no Litoral do Paraná na última semana reduziram o número de pontos próprios para banho nas praias, de acordo com o sétimo boletim de balneabilidade divulgado nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

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Apenas o ponto localizado em Guaratuba, na praia de Caieiras, direção da rua Frederico Nascimento manteve-se próprio para banho. Já o número de rios aptos para a recreação subiu para quatro. Encontram-se próprios para banho o Rio Marumbi, o do Nunes, a Ponta da Pita e o centro de Morretes.

Vale lembrar que os resultados representam apenas 200 metros de interdição – 100 metros à esquerda e 100 metros à direita das placas indicativas. “Ou seja: nos locais onde não existem placas indicativas do IAP, significa que não há risco de contaminação.

O IAP, em parceria com a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar), monitora 48 pontos onde há maior fluxo de banhistas e risco de contaminação por esgoto doméstico, conforme determina a lei, explica o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues.

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Segundo ele, se fosse considerada apenas a coleta realizada no último dia 26 de janeiro, dez pontos estariam próprios para banho na orla. “Encontramos níveis inferiores a 800 bactérias por mililitro de água em quatro praias da Ilha do Mel, em uma em Matinhos e cinco em Guaratuba nesta última coleta”, informou o secretário.

Avaliação

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Para a bióloga Franciane Pellizzari, que está coordenando as análises da balneabilidade por meio da parceria entre IAP e Fafipar, a redução no número de pontos próprios pode ser associada às fortes chuvas. “Os índices pluviométricos elevados das últimas 24 horas (48,6 mm) carreiam a água doce dos rios e sangradouros, contaminadas ou não”, ressalta.

Já o oceanógrafo e pesquisador Rangel Angelotti, responsável pela estação meteorológica instalada na Floresta do Palmito, contou que a vinda de ventos de quadrante Sul, também pode ter influenciado os resultados.

“Estes ventos caracterizaram a entrada de uma nova frente fria, que por sua vez aumentou a amplitude de ondas, favorecendo a fixação dos sedimentos na orla e, consequentemente, o aumento dos contaminantes”, analisou ainda Angelotti.

Monitoramento

O IAP e a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar) monitoram pontos estratégicos das praias paranaenses. Para se chegar ao resultado final, divulgado às quartas-feiras, o trabalho começa com a coleta de amostras de água nestes locais na segunda-feira, primeiro dia depois do fim de semana, quando é maior o número de veranistas.

As amostras são analisadas no laboratório recém-inaugurado pelo governo do Estado na Floresta Estadual do Palmito. Neste processo, descobre-se qual o grau de contaminação da água, geralmente por esgoto, considerando o número de bactérias de coliformes fecais (Escherichia coli).

De acordo com a resolução 257, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), para um local ser considerado próprio para banho, deve-se ter 80% de amostras positivas em cinco resultados. Ou seja, o resultado de quatro das cinco análises amostradas pode apontar a presença de até 800 bactérias a cada 100 mililitros de água. Caso o último resultado apresente duas mil bactérias, imediatamente o local passa a ser considerado impróprio, mesmo tendo histórico positivo.

Redução das bactérias

Apesar de apenas um dos 43 pontos da orla aparecer como próprio para banho, os órgãos ambientais vêm constatando a redução nos índices de eschericia.coli em alguns dos pontos monitorados.

No ponto localizado em Matinhos, próximo ao rio, os níveis de bactérias vêm diminuindo desde o primeiro resultado no dia 20 de novembro, quando haviam 1.119 bactérias por mililitro de água. Hoje existem 682 bactérias por mililitro. Já em Guaratuba, o ponto localizado 300 metros à direita do rio Prainha passou de 1.737 para 226 bactérias por mililitro de água nesta última análise.

O diretor da Fafipar, Antônio Alpendre, reforça que os índices de contaminação estão consideravelmente menores, se comparados aos anos anteriores em muitos pontos amostrais. “Esta ação de governo em cooperação com as universidades é transparente, e a balneabilidade é um reflexo do trabalho integrado de setores distintos”, destaca.

Barracas

Para orientar os banhistas, o IAP sinaliza as praias com barracas de cores diferentes indicando a qualidade das águas, assim como nas temporadas anteriores.

Os locais em que o banho de mar não é recomendado são sinalizados com barracas vermelhas. Já os liberados são sinalizados com barracas azuis. Além disso, a divulgação é feita através da imprensa e de boletins impressos distribuídos nas praias e pontos de acesso ao litoral.

A Secretaria do Meio Ambiente e o IAP também divulgam boletins em seus portais, nos endereços eletrônicos www.sema.pr.gov.br e www.iap.pr.gov.br.