Além de adaptar os equipamentos para preservar a saúde dos clientes, os estúdios de tatuagem também deverão utilizar apenas os produtos registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A medida atende ao que determina a Resolução 55 de 2008, publicada na última sexta-feira.
As novas normas, que visam a tornar mais seguro o processo de pigmentação artificial permanente da pele, atinge principalmente as tintas nacionais e importadas. A determinação da agência reguladora também vale para os aparelhos, agulhas e acessórios usados nos procedimentos.
A Anvisa classifica os produtos implantáveis ou invasivos (que adentram o corpo) de longo prazo, os pigmentos e solventes utilizados na fabricação das tintas como produtos de alto grau de risco para a saúde.
Segundo a Anvisa, para obter o registro desses produtos, os fabricantes deverão realizar ensaios para comprovação de que as tintas não são tóxicas e não causam câncer, dentre outras características importantes para a segurança de uso.
O tatuador Marcus Camello é um dos que utilizam uma marca de tinta importada. Para ele, que faz tatuagens há mais de 14 anos, o produto não é tóxico e não causa danos à saúde.
“Eu uso essa tinta porque é uma referência para tatuadores e uma das melhores tintas para a pele do mundo”, atesta. No entanto, Camello, que acredita a restrição ao uso de tintas é benéfica para manter a qualidade dos serviços.
Já para Rochele Borelli, que é proprietária de um estúdio de tatuagem em Curitiba, diz que usa produtos nacionais porque, segundo ela, a qualidade não deixa a desejar para os importados.
Entre os cuidados com a higiene, Rochele destaca que todos os equipamentos usados para tatuar, como a biqueira de aço cirúrgico e as agulhas, são esterilizados em autoclave. “Tudo deve estar embalado em material descartável, como plásticos PVC. Além disso, os tubos de tinta e batoques são individuais”, afirma.
Para a dermatologista Marli Freitas de Carvalho, a determinação da Anvisa pode, de fato, tornar o ato de se tatuar mais seguro. “Os tatuadores terão que se qualificar cada vez mais e isso reverte em benefício para a saúde da população”, afirma.
A dermatologista orienta que as pessoas procurem locais que sejam adequados às condições de higiene. Segundo Marli, os pigmento de má qualidade pode causar reações alérgicas, desde infecções bacterianas, como a Hepatite C, até lesões na pele, como cicatrizações hipertróficas, e traumatismos mais graves de pele.
