Instalações precárias, ambiente insalubre, infiltrações e um sem número de problemas. Esta é a situação do único hospital que atende a população de Antonina, litoral paranaense. Inaugurado há 70 anos, o Hospital Silvio Bittencourt de Linhares sequer preenche as normas do Ministério da Saúde (MS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em meio a este turbilhão de problemas, os moradores, enfim, receberam uma boa notícia. A prefeitura local vai iniciar na próxima semana as obras para reconstrução do espaço. A previsão inicial é de que os trabalhos durem 11 meses. Neste ínterim, a prefeitura alugou o espaço onde funcionava a antiga maternidade para que a população não seja prejudicada.
De acordo com o secretário municipal da Saúde, José Paulo Vieira Azim, foi feito um estudo minucioso para que a cidade não gaste mais do que possa pagar. “As obras estão orçadas em R$ 3,8 milhões. Foi feito um empréstimo junto ao governo do Estado, com aval da Secretaria do Tesouro Nacional, que comprovou que o endividamento é compatível com nossos gastos. A média das parcelas a serem pagas no prazo de 10 anos é de R$ 30 mil. Estamos empolgados com esta obra, que acredito ser a maior já vista na cidade”, avalia.
Demolição
O secretário explica que optou-se em demolir o antigo prédio para a construção de um novo. Segundo ele, não valeria a pena gastar dinheiro para reforma, pois o espaço encontra-se defasado. “Até iria sair mais barato fazer uma reforma, mas isto não iria resolver a situação, pois o prédio não se enquadra no que a Anvisa determina. Porém, para garantir um atendimento de qualidade, vamos investir nos nossos servidores e queremos substituir os equipamentos médicos que usamos atualmente. Nós temos a pretensão de absorver atendimento de uma determinada especialidade médica na região”, afirma.
Pacientes comemoram medida
A população de Antonina recebeu a notícia com um sorriso no rosto. O auxiliar de manutenção Álvaro da Costa Neto comenta que a reconstrução vem em boa hora. “O prédio está muito velho e já estava mais do que na hora de algo ser feito. Fico feliz em saber que teremos um hospital novo e que não iremos ficar sem socorro, já que haverá outro espaço para nos atender. Espero ainda que o atendimento melhore. Hoje há uma certa demora”, diz.
A marisqueira Graciele Castro Oliveira, que mora na zona rural da cidade, vê esse investimento com bons olhos. Para ela, a possibilidade de um hospital mais equipado e com melhor estrutura vai evitar que ela busque atendimento em outras cidades. “Esses dias precisei ficar internada em Curitiba por 20 dias. É ruim ficar longe da família e estar em uma cidade em que você não conhece. Com um novo prédio e um melhor atendimento, tenho certeza que não precisarei buscar tratamento em outra cidade”, encerra.