O casal Cleide Rabaneda e Everton Custódio viajou mais de 500 km de Ivaiporã, na região de central do estado, até Antonina para conhecer o setor histórico e a belezas naturais da Baía de Paranaguá. Porém, encontraram prédios antigos fechados e pouca informação sobre a região. “A cidade é muito linda e tem muita história, mas não conseguimos obter informações sobre nada. Viemos ao Mercado Municipal, mas a maioria das lojas estava fechada. Fomos até a Ponta da Pita, mas até descobrir o caminho pra lá tivemos que pedir informação para as pessoas na rua, porque não há um posto para atender os turistas”, reclama Cleide.
Dono de uma padaria no centro histórico da cidade, Orlando Bittencourt Machado, afirma que durante os fins de semana os prédios antigos da cidade ficam fechados. “A cidade fica lotada, mas não tem o que fazer, pois os turistas encontram as principais atrações da cidade fechadas”, alega. O professor aposentados da UFPR, Eduardo Nascimento, conta que as construções antigas estão conservadas apenas do lado de fora. “As casas e prédios antigos estão pintados e tudo mais, mas é só fachada. Sofrem com problemas estruturais. Antonina é quase uma cidade cenográfica”, brinca.
Nascimento cita o exemplo da antiga ferroviária da cidade, que hoje abriga um Centro Cultural. “Quem olha de fora acha lindo, mas o prédio tem goteiras e infiltrações. E se trata de um dos prédios mais importantes da história da cidade. Tem que mudar essa situação, pois temos aqui um riquíssimo patrimônio histórico. Todo o centro do município é tombado, mas se deixar assim vamos destruir nossa própria história”, alerta.
Drogas
Há 17 anos, o marinheiro André Mazza Jaime realizar passeios de barco pela Baía de Paranaguá. Sua embarcação parte do Trapiche Municipal, inaugurado em 2010 para ser um dos pontos turísticos da cidade, com áreas de convivência e um espaço coberto para exposição de artesanato local e informações sobre Antonina e as ilhas do litoral. Porém, segundo Jaime, o local ficou abandonado e hoje serve como ponto de consumo de drogas.
“Já vi, mais de uma vez, turistas dando a volta porque no trapiche havia uma turma fumando maconha. E é todo o dia. No final da tarde, o local é invadido pela molecada da região que ficam usando drogas até altas horas. Isso afasta turistas e moradores do local, que é público. Além disso, o embarque dos meus clientes é na ponta do trapiche. Então, isso atrapalha diretamente o meu negócio”, relata o marinheiro.
Prefeitura diz que conhece os problemas
De acordo com secretário de turismo de Antonina, Cesar Alexandre Broska, a nova administração da cidade tem conhecimento de todas as situações citadas na reportagem. Segundo Broska, a prefeitura já fez uma análise sobre as falhas apresentadas pelo o setor de turismo do município.
“A nossa objetivo é em até três meses resolver esses problemas que Antonina apresenta quando assunto é turismo. Estamos verificando o que temos que fazer para reformar e reabrir os prédios históricos. Além disso, vamos entrar em cont,ato com os proprietários das casas tombadas para verificar o que precisa ser feito para manter as construções conservadas. Também queremos reativar os pontos de informações ao turista e resolver de vez a situação do trapiche, inclusive com a ajuda da Polícia Militar”, disse Broska.
Gerson Klaina |
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Trapiche está sendo depredado: local virou antro de drogados, diz marinheiro. |