Ex-alunas do Colégio Divina Providência, com idade variando entre 70 e 93 anos, se reuniram no fim de semana para comemorar os cem anos da instituição, em Curitiba. O encontro foi marcado por diversas histórias, álbuns de família e até lágrimas. Quem olha para aquelas senhoras elegantes e discretas nem imagina as travessuras que um dia foram capazes de fazer.
Antonieta Serugi, de 81 anos, fazia parte da SSC quando cursava a terceira série do então primário, na década de 40. Entre risos, revela que a sigla significava Sociedade Secreta das Comilonas. Um grupo de trinta meninas juntava um dinheiro e no fim de cada mês se reunia para comer goiabada escondido das irmãs. Um dia, a diretora do colégio viu as letras escritas no quadro e perguntou o que significava. Uma colega, bem depressa, respondeu: Sociedade Secreta das Curiosas. E o segredo foi mantido. Há dois anos, elas resolveram se encontrar e a goiabada foi o prato principal.
Beatriz Munhoz Buegel, 62, mesmo com idade um pouco abaixo da média das colegas, participou do encontro porque foi uma das organizadoras. Ela diz que é impressionante como elas conseguem se reconhecer mesmo depois de tanto tempo e tantas marcas deixadas pela vida. Colegas que Beatriz não via há 40 anos soube dizer direitinho o nome. “A gente guarda na lembrança o jeito, a voz, os olhos de cada uma”, conta.
Naquela época, os eventos sociais também eram raros. Por isso, a escola era um lugar muito especial. Lá elas organizavam passeios, acampamentos e participavam de jogos. “Era a nossa segunda família”, diz Beatriz. Durante o encontro, a pianista e ex-aluna Dalila Morgesten encantou as senhoras com valsas antigas. Não era difícil encontrar algumas tentando conter as lágrimas, que as lembranças insistiam em derrubar.