Neurocirurgião

Antes de morrer por covid-19, médico faz post dizendo que pegou a doença fazendo o que amava

Lucas Pires trabalhava no Instituto de Saúde Bom Jesus, em Ivaiporã, interior do Paraná. Foto: Divulgação/CRM/PR.

O Paraná perdeu, neste sábado (8), mais um profissional de saúde que atuava na linha de frente do combate à covid-19. Infectado pelo novo coronavírus, o médico neurocirurgião Lucas Augusto Pires, que trabalhava no Instituto de Saúde Bom Jesus, em Ivaiporã, não resistiu ao agravamento da doença e faleceu.

Dia antes, ao ser encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Maringá, Pires chegou a publicar uma mensagem nas redes sociais. “Estou indo nesse momento para a UTI devido a um agravamento do quadro de Covid-19. Ficarei incomunicável, mas, desde já, agradeço aos amigos pelas orações. Peguei essa doença fazendo o que amo, cuidando dos meus pacientes com amor e dedicação. Faria tudo outra vez”, disse no texto.

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Em seu site, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná registou pesar pela morte do médico. O Instituto de Saúde Bom Jesus, por sua vez, manifestou solidariedade em nota. “Neurocirurgião, dr. Lucas deixa amigos e colegas e em sua passagem por Ivaiporã que, embora encurtada pela fatalidade, ficará marcada pelo exemplo de grande dedicação profissional”, diz o texto.

Pires tinha 32 anos e estava hospitalizado desde o fim de julho. Nascido em Minas Gerais, ele se formou pela Universidade Federal do Paraná (UFFPR). Deixa e esposa, também médica, e dois filhos. No dia 22 de junho, outro médico igualmente jovem não resistiu à doença.

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Em uma rede social, uma colega de turma de Lucas, a médica Valéria Cristina Scavasine, deixou uma mensagem emocionante endereçada aos filhos do amigo.

“Queridos Benjamin e Isabela,

O pai de vocês foi para outra dimensão hoje, ficar mais pertinho de Deus. Ele deixa o plano terreno como um herói. Nunca se esqueçam disso: por amor à profissão, ele perdeu a própria vida cuidando de outras vidas.

Hoje, nesse dia 8 de agosto de 2020, vocês ganham 88 padrinhos e madrinhas. Nossa turma da faculdade sempre foi polêmica, briguenta, mas, nesse momento de dor, uniu-se por uma causa…. a causa de manter viva a memória do nosso mais brilhante colega. O coração dele continua batendo em vocês dois. Como forma de honrá-lo, a família dele também se torna a nossa família… e família quer dizer nunca abandonar ou esquecer. Contem conosco SEMPRE, mesmo que seja para relembrar as histórias que o Lucas, com seu humor sagaz e sotaque mineiro, contou tantas vezes para alegrar nossos dias.

Com amor, Medicina UFPR 2007/2.”

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