Ano começa com invasões em Foz e Curitiba

Cinqüenta famílias sem-teto ocuparam as instalações inacabadas do Portal da Cidade de Foz do Iguaçu, que deveria abrigar toda a infra-estrutura de fiscalização das receitas Federal e Estadual na região da tríplice fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai. As obras do complexo, às margens da BR-277, foram iniciadas em 1995, pelo governo Jaime Lerner, e estão abandonadas há sete anos.

A Polícia Militar esteve ontem no local, mas não interferiu na ocupação. Os líderes do grupo dizem que nem sob pressão policial vão abandonar a área. Eles revelam que outros moradores de favelas devem juntar-se ao grupo até amanhã (5).

Famílias

As famílias moravam em favelas e lotes cedidos pela Prefeitura. Eles alegam que não têm emprego e que ocupar o terreno foi a única alternativa para tentar conseguir uma área.

As obras do portal de Foz foram paralisadas em 1995 por ordem do Tribunal de Contas (TC). Havia suspeita de superfaturamento e irregularidades. O empreendimento custou R$ 3,5 milhões aos cofres públicos.

Polícia desocupa dois terrenos em Curitiba

A primeira ocupação do ano, em Curitiba, foi promovida anteontem no loteamento do Iraí, na Vila Audi (zona leste). O local é destinado à relocação de famílias que ocupam as margens do Rio Iguaçu. Cerca de cinqüenta pessoas ocuparam o terreno, que já foi liberado pela PM.

Na manhã de ontem, a polícia desocupou outra área, no bairro do Capão Raso (zona sul). Cerca de vinte pessoas invadiram o terreno, que pertence à construtora Cidadela, e montaram barracos com lonas.

No início do ano passado, há poucas quadras do local, ocorreu outra grande ocupação, com mais de duzentas famílias em outro terreno da construtora. Os sem-teto permaneceram na área durante quase um mês e as famílias já começavam a construir casas de madeira na área, que só foi desocupada depois de uma ordem judicial.

Segundo a assessoria de comunicação social da Prefeitura de Curitiba, essas ocupações são normais nesta época do ano.

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