Aniversário sem festa em Fazenda Rio Grande

Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), completou 17 anos ontem sem muita coisa para comemorar. No dia do aniversário da cidade, muitos moradores aproveitaram o feriado para ir até o Cemitério Municipal, onde foi enterrado o corpo do motorista de ônibus Ricardo Germano Hopaloski, assassinado na última quarta-feira durante um assalto ao veículo em que trabalhava.

?Vim até o cemitério para relembrar a morte de Ricardo e também de meu genro, que foi assassinado em abril do ano passado. Meu neto, de dois anos e três meses, ficou órfão porque mataram o pai dele para roubar um par de tênis. A situação de Fazenda Rio Grande está terrível e sempre que uma tragédia como a da última quarta-feira acontece, lembro da tragédia que se abateu sobre a minha própria família. Tudo volta à cabeça?, disse a dona de casa Sueli Camargo.

Ao pedir mais segurança e Justiça pela morte de Ricardo, a doméstica Maria do Carmo Gomes era outra que relembrava uma história pessoal. Em agosto de 2004, ela teve o sobrinho assassinado. ?Ele foi vítima de um seqüestro relâmpago e acabou sendo morto pelos seqüestradores, tendo seu corpo sido encontrado nas proximidades da represa do Passaúna, e deixando uma filha recém-nascida. Até hoje o caso não foi solucionado e eu já não tenho mais esperanças de que isto aconteça?, afirmou.

Tempos depois da morte do sobrinho, Maria do Carmo colocou sua residência em Fazenda Rio Grande à venda. Ela não vê a hora de deixar o município, mas não encontra quem queira comprar seu imóvel. ?Ninguém quer vir morar em Fazenda Rio Grande. A cidade não tem segurança nenhuma e a gente corre risco sem mesmo sair à rua.?

Em função do assassinato do motorista de ônibus, todas as festividades comemorativas ao aniversário da cidade foram suspensas pela Prefeitura.

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