A política de atendimento e encaminhamento de animais abandonados foi o tema de uma reunião pública que aconteceu ontem na Câmara de Vereadores de Londrina. O evento recebeu informações e sugestões de Marcelo Viana, chefe da Vigilância Sanitária da cidade, Luís Evaldo da Silva Ferreira, presidente da ONG SOS Vida Animal, Nilva Maria Freire Mascarenhas, coordenadora do Projeto Controle de Natalidade de Cães e Gatos, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), e a vereadora Márcia Lopes (PT).

O objetivo do encontro foi debater e elaborar uma pauta com as necessidades do caso: serviço e estrutura para recolhimento de animais, condições de atendimento e orientação da população. “É um ponto de partida. As pessoas têm boa vontade, mas faltam políticas nesse sentido. A reunião foi importante para criar alternativas e revelar as preocupações do setor”, disse Ferreira.

Segundo a Vigilância Sanitária, existem em Londrina cerca de 60 mil cães, dos quais entre 10% e 15% vivem nas ruas, o que representa de 6 mil a 9 mil animais abandonados. Além de transtornos no trânsito, esses animais podem agredir os pedestres e transmitir doenças, como raiva, leptospirose, toxoplasmose, sarna, verminoses e bicho geográfico.

O atendimento às pessoas agredidas é prestado nas unidades básicas de saúde. Já o animal agressor deve ser encaminhado à Vigilância Sanitária para análises de doenças. “As ações são limitadas, já que não há um local ou serviço para recolher os animais”, afirmou Marcelo Viana.

Para a vereadora Márcia Lopes, após a reunião, será possível elaborar uma pauta com deficiências e demandas com relação ao atendimento dos animais. “A população telefona muito, reclamando de maus tratos, barulho e agressão de animais abandonados. Precisamos dar atenção ao assunto e, para isso, o debate foi fundamental. A partir dele, poderemos tomar algumas medidas”, afirmou.

Vida animal

A SOS Vida Animal existe há cerca de dez anos. Os objetivos iniciais da organização incluíam a fiscalização e a reclamação sobre maus tratos aos animais. Atualmente, devido às deficiências no setor, a ONG recolhe animais. Mais de cem voluntários recebem em suas casas animais de pequeno porte – cães e gatos – e recebem da entidade ração e medicamentos.

Para o presidente da organização, Luís Evaldo da Silva Ferreira, é preciso estabelecer medidas definitivas a fim de diminuir os problemas desde a sua origem. “A cada cio, as fêmeas dão à luz seis filhotes em média. Não podemos matar os animais, mas precisamos evitar o alto índice de natalidade e isso só é possível com a castração. A SOS, no entanto, não tem dinheiro para custear a cirurgia”, disse. Segundo Ferreira, a ONG realiza cerca de 30 castrações por mês, com recursos adquiridos em campanhas para a venda de brindes e camisetas.

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