Quem vai ao prédio de Ciências Biológicas do Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, nesta época do ano acaba tendo uma surpresa. É possível ver uma fêmea de urubu com os filhotes num dos vãos do prédio.
Segundo o doutor em ciências e professor adjunto do Departamento de Zoologia da UFPR, Fernando de Camargo Passos, todo ano um casal de animais vem ao local, esperam a fêmea pôr os ovos e chocar. O macho vai embora e a fêmea só abandona os filhotes quando eles tiverem condições de voar sozinhos.
Este é um exemplo de animal silvestre que consegue se adaptar ao meio urbano e viver. Passos destacou que muitas espécies conseguem fazer isso. “Não são os animais que chegam ao meio urbano, é o homem que acaba invadindo o espaço deles”, lembra. “Alguns se adaptam, mas a maior parte não.”
Bem adaptados
Entre os animais que se adaptam ele citou como exemplo os pássaros, como a curruíra, o sábia, o bem-te-vi e o joão-de-barro. “Os morcegos que se alimentam de insetos e de frutas também se adaptam. Recentemente uma pessoa me ligou perguntado o que fazer com um morcego que estava em seu apartamento”, lembrou.
Passos disse que se os animais encontram espaços, como frestas e vãos de forros, por exemplo, e alimento, podem sobreviver em ambiente urbano. “Corujas podem ser encontradas na catedral”, revelou, lembrando de outros como os gambás e raposas, que vivem nas regiões mais periféricas. “Nunca tente pegar um desses animais: se ele tem garras te arranha, se tem bico te bica, se tem dentes te morde. É a defesa que eles usam.”
Para o biólogo, quando uma pessoa encontra um animal silvestre o ideal é procurar os órgãos competentes, como a Prefeitura, ou órgãos ambientais para fazer o manuseio do animal.