Ampliado abrigo de mulheres agredidas

O Dia Internacional da Mulher foi escolhido para a inauguração da unidade ampliada da Fundação de Ação Social (FAS), único local na capital paranaense que abriga mulheres vítimas de violência ou ameaçadas de morte pelos próprios companheiros. A capacidade de atendimento da casa subiu de 20 para 40 pessoas, que podem permanecer no abrigo por três meses, até que se restabeleçam psicologicamente. ?Não temos números exatos da violência contra a mulher em Curitiba, mas o Brasil é o país onde ela mais ocorre, infelizmente?, diz a presidente da FAS, Fernanda Richa.

Para essas representantes do sexo feminino, o fato de ser mulher não significou, durante algum tempo, motivo para comemorar. Vítimas do persistente machismo inerente à sociedade, elas viveram situação de cárcere privado, humilhação e agressões físicas, que deixaram marcas no corpo e na alma. ?Eu fui casada por 15 anos e desde quando o meu primeiro filho tinha onze meses passei a ser agredida. Ele disse que a partir do nosso casamento, ele era meu dono no papel?, diz Fátima, nome fictício. O motivo, inicialmente alegado pelo agressor, era a desconfiança de que o filho não era dele. ?Com o tempo vieram outras surras e outras desculpas?. Com os filhos maiores, as investidas não se limitavam mais à esposa. Era estendida às crianças – uma delas deficiente. Por medo das ameaças de morte, Fátima agüentava firme e só aceitou a ajuda quando a professora de uma das crianças notou ferimentos. Após o período máximo permitido na casa, Fátima conseguiu um emprego e se fortaleceu. ?O que dói é a revolta do meu filho mais novo.?

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