Ampliação das vendas coloca mil novos veículos por dia no Paraná

A cada dia ganham as vias mil novos veículos nos 399 municípios paranaenses. Somente na capital, em média, a cada dia, são licenciados 500 veículos novos. Em Curitiba o aumento da frota no ano de 2007 em relação a 2006 foi de 7,5% (1.035.819 milhão de veículos registrados).

?A tendência é que o crescimento da vendas de veículo se mantenha?, afirma o diretor geral regional da Fenabrave no Paraná, Luiz Antonio Sebben.

Para atender a nova demanda de serviços, o Detran/PR está preparando 262 novos funcionários aprovados em concurso, investindo em informática e no treinamento de pessoal. ?Temos que estar preparados, pois o Brasil, e especialmente o Paraná, passam por um momento ímpar na economia?, constata o diretor geral do Detran/PR, coronel David Antonio Pancotti.

?São mais de 500 mil empregos com carteira assinada criados no estado. Isso é muito bom para nossa população, principalmente para aqueles que nunca tiveram acesso a um automóvel, para trabalho e lazer da família. Porém, temos que separar a análise econômica das conseqüências no trânsito. Infelizmente sentimos que as cidades não estão preparadas para este grande aumento na frota, por isso vamos iniciar ainda este semestre um trabalho junto aos municípios para tentar resolver ou pelo menos minimizar o problema?, analisa Pancotti.

O secretário da Indústria e Comércio do Paraná, Virgilio Moreira Filho, confirma o aumento na massa salarial dos trabalhadores paranaenses, a geração de renda, e o acesso da população a bens duráveis. Para ele, graças ao forte desempenho da economia paranaense, com uma política acertada do governo estadual de isenção ou redução de impostos para as micro e pequenas empresas.

?Mas o aumento das vendas deste tipo de bem deriva do alongamento dos prazos de financiamento e da retração das taxas de juros, entre outros fatores?, explica Virgílio. A comercialização de veículos pode gerar até oito empregos indiretos. Esses empregos envolvem desde a produção até a exportação. ?Tem também os fatores do pós-venda, que inclui combustíveis, estacionamentos, manutenção. Isso produz um fortalecimento econômico nos setores paralelos de serviços e do comércio em geral?, afirma Virgílio.

HABILITAÇÕES ? Os dados do Detran/PR apontam uma situação curiosa. Apesar do crescimento da frota, nos dois primeiros meses deste ano, o número de motoristas que tiram a primeira habilitação diminuiu 14,95%, se comparado com o mesmo período do ano passado, em todo o Estado. Enquanto o número de permissões para dirigir diminuiu, o total de pessoas que legalizaram a habilitação (renovação, segunda via, etc.) aumentou consideravelmente.

O total de processos concluídos no setor de habilitação no ano de 2007, com exceção da primeira habilitação, chegou a 708 mil no Paraná, aumento de 11,11% em relação ao ano anterior. Na capital, em 2007, o serviço mais procurado na área de habilitação foi à renovação, que representou 42,18% do total de processos na área.

PONTA GROSSA ? Na cidade de Ponta Grossa, o aumento da frota no último ano foi de 9,17%. De acordo com Edimir de Paula, diretor da engenharia de trânsito e presidente da Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT) do município, a cidade apresenta um trânsito caótico. ?A topografia da cidade não ajuda para a fluidez no trânsito. A nossa frota aumentou muito, há também a circulação de carros de universitários e as vias principais são afuniladas, tudo isso colabora para mais problemas no trânsito?.

A solução para Ponta Grossa já foi estudada e, segundo Paula, será implantada nos próximos dois anos. ?Vamos fazer trincheiras nas rodovias de acesso à cidade. Vias alternativas para alimentar a rota aos bairros também estão no projeto. São as únicas soluções que podem ajudar a fazer o trânsito fluir, porque semáforos e lombadas não adiantam muito?, explica.

CASCAVEL ? Em Cascavel a frota aumentou 8,6% no último ano. A solução para a fluidez no trânsito apresentada pela Companhia Cascavelense de Trânsito e Transportes (CCTT) é o investimento em educação. ?É importante visualizar bem o futuro. Além do problema estrutural, é importante desenvolver trabalhos educativos para os problemas existentes. A falta de educação no trânsito prejudica muito. Cerca de 99% dos acidentes ocorrem por falha humana, por isso os adultos devem ser mais trabalhados do que as crianças, pois eles são os modelos a serem imitados?, afirma Vânia de Camargo Müetzemberg, chefe do Departamento de Educação de Trânsito da CCTT.

TOLEDO – Para o município de Toledo, onde a frota aumentou 8,4% no último ano, a solução está em investimentos para a educação de trânsito. ?O aumento na frota gera transtornos no fluxo de veículos. O projeto do passado para as principais ruas não foi dimensionado para tantos veículos. Por isso estamos com diversas campanhas de educação de trânsito, que têm mostrado um retorno positivo, principalmente na redução de acidentes?, explica Adão Geraldo Marinho, diretor do Departamento de Trânsito e Rodoviário (Detrans). Como projeto para evitar os congestionamentos, suportando o aumento da frota, há uma reestruturação da cidade. ?Estamos substituindo os semáforos por rotatórias?, conta Marinho.

MARINGÁ – Em Maringá a frota teve um aumento de 8,38%. Um dos planos da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) para melhorar o fluxo das vias está em investimentos no transporte coletivo, com vias exclusivas para os ônibus. ?A adesão ao uso do transporte público diminui os veículos das ruas, mas as pessoas só vão trocar o carro pelo ônibus se tiverem conforto e agilidade?, afirma Valter Guedes, secretário da Setran. Outros projetos para o município consistem na implantação de binários nas avenidas São Paulo, Duque, Erval, Paraná e Brasil. Há também o contorno norte para desafogar o trânsito da Avenida Colombo.

Os investimentos atuais no trânsito de Maringá estão concentrados em ações educativas. ?Uma das campanhas é da faixa de pedestre. Os motoristas do centro já acostumaram a parar e dão preferência ao pedestre. Essa medida foi implantada conforme o Código de Trânsito Brasileiro, de acordo com o princípio de que o maior deve proteger o mais frágil. Nos bairros, ainda precisamos intensificar as campanhas da faixa de pedestres?. Há também reforço na sinalização horizontal e vertical das vias municipais.

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