A Associação Médica do Paraná (AMP) comemorou a decisão do Ministério da Educação (MEC) de restringir a abertura de novos cursos de Medicina pelo País. Para a entidade, as novas regras, que foram publicadas no dia 14 de abril e divulgadas ontem, vão garantir a qualidade de ensino nas faculdades de Medicina.
De acordo com a assessoria de comunicação da AMP, o MEC atendeu a praticamente todos os pedidos feitos pela Associação Médica do Brasil (AMB). Agora, para que o curso seja qualificado, há a necessidade de que a faculdade tenha hospital próprio, oferta de residências médicas, centros cirúrgicos e obstetrício, profissionais capacitados, entre outros pontos.
O pedido feito pelas entidades não é de hoje. Há anos eles pedem medidas para evitar o ?inchaço? de cursos de Medicina. Segundo a AMP, de 1998 até hoje, surgiram 100 novas faculdades de Medicina. Ainda de acordo com a AMP, muitas dessas instituições de ensino não tinham condições de abrir um curso de Medicina.
Segundo o presidente da AMP, José Fernando Macedo, as instituições não são contra a abertura de novas faculdades. ?Não se trata de sermos contra a criação de novos cursos, mas de estarmos preocupados com a qualidade dos que existem e daqueles que solicitam implantação. Queremos que a população entenda que estamos preocupados com os médicos que farão os atendimentos?, disse.
Para o presidente da AMB, José Luiz Gomes, essa medida vai ?acabar com essa febre de negócios e mercantilismo que se tornou a abertura de escolas médicas?. Ainda segundo Gomes, a abertura de novas escolas de Medicina não passa de uma ?ação oportunista em uma república permissiva?.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o ideal é que haja um médico para cada mil habitantes. De acordo com a assessoria de comunicação da AMP, o Brasil conta com aproximadamente um médico para 500 habitantes, números próximos ao encontrados em países desenvolvidos.