Tudo é superlativo quando o assunto é amor. O mais sublime dos sentimentos é praticamente impossível de se definir, mas muito já se escreveu sobre ele, afinal, quem nunca sentiu?
O amor surge sorrateiro e das formas mais variadas. Há quem encontrou o seu no trabalho, na rua, no grupo de amigos e até quem levou sorte e foi correspondido por meio de um anúncio no jornal.
Pode parecer quase impossível, mas foi assim que a servidora pública Adriana Silva conheceu o armador Antônio José da Costa Filho. Procurando uma cara-metade, ela colocou um anúncio em O Estado do Paraná no dia 22 de fevereiro de 1997.
Depois desta data, recebeu vários telefonemas, mas era difícil decidir com quem marcar um encontro, já que nenhum dos pretendentes havia feito seu coração bater mais forte.
Mas dentre todos, um se destacou principalmente pela persistência. “O Antônio me ligou várias vezes e deixava o número do telefone, mas eu não retornava. Até que um dia, devido à insistência, decidi tentar e marcamos um encontro”.
O nervosismo era evidente e Adriana também ficou um pouco ressabiada, já que estava prestes a se deparar com a pessoa de quem, até então, somente havia ouvido a voz.
O horário que ela achou mais conveniente foi o intervalo do almoço, assim teria certeza do tempo que duraria o encontro, caso não se sentisse à vontade. Assim ela saiu do trabalho e se dirigiu ao local escolhido: o extinto Shopping Mounif Tacla, na Praça Generoso Marques, centro de Curitiba.
Previamente, os dois avisaram com que roupa estariam vestidos para se localizarem com mais facilidade. O primeiro encontro de olhares foi arrebatador. “Quando o vi meu coração bateu mais forte”.
O encontro durou menos de uma hora, já que Adriana tinha que retornar ao trabalho. Mas, mesmo com a timidez de início, o tempo foi suficiente para ela perceber que algo havia acontecido no seu coração.
Talvez o olhar, o jeito de falar, os gestos, a personalidade. Ela ainda não sabia explicar o que sentia, mas tinha uma certeza: queria conhecê-lo melhor. Na época, ela tinha 22 anos e ele, 43.
E então, antes de se despedirem, já reservaram o próximo final de semana para uma segunda saída. A semana demorou a passar e Adriana contava os dias para encontrar Antônio novamente.
“Eu não aguentei. Fiquei tão ansiosa que antecipei o encontro para sexta-feira”. Desta vez foi ela que ligou e sugeriu um bar no Largo da Ordem para dar um clima mais descontraído.
Depois de muita conversa, os dois perceberam que havia sintonia e que a vontade de estar junto era mútua. Antônio não tinha tempo a perder e foi nesta mesma noite que pediu Adriana em namoro. A partir de então, passaram-se sete meses até que Adriana ficou grávida, em setembro, e eles decidiram morar juntos.
A menina batizada de Adriele selou a união do casal e o início de uma vida em comum, dividindo contas, casa e amor. E era tanto amor que, mesmo depois de morar juntos há sete anos, Adriana e Antônio fizeram uma cerimônia de casamento na igreja, com direito a vestido, buquê e muitos convidados.
Toda uma vida motivada pelo encontro inusitado a partir de um simples anúncio e da vontade de Antônio em corresponder. “Ele brinca que estava carente na época”, conta Adriana. O próximo passo para oficializar a união será o casamento no cartório, marcado para o próximo mês.