Amizade e união dão o tom do Natal no Palácio Avenida

A estréia das apresentações de Natal do coral do HSBC, ontem, no Palácio Avenida, em Curitiba, encantou milhares de pessoas pelas vozes, cores e enredo. Juntos, os itens expressaram o tema "Amizade e União", com música e dramaturgia. Em show à parte, as 160 crianças carentes cantaram e emocionaram o público, representando o Natal de Curitiba há 15 anos, lotando, mais uma vez, o calçadão da rua XV de Novembro, em uma das noites que antecedem o dia de comemoração do nascimento de Jesus.

O Natal do Palácio Avenida é referência entre os maiores espetáculos temáticos do País. As crianças, cantando e atuando, representam todos os anos temas escolhidos de acordo com o espírito natalino. O emblema deste Natal é fruto, de acordo com o organizador Leonardo Kehid, de desejos expressos pelo próprio coral. "Este ano o projeto dá continuidade ao do ano 2000, quando a temática enfocava os pedidos das crianças para mudar o mundo. Amizade e união foram dois desses pedidos", justifica, lembrando que, de lá para cá, desejos de mais natureza, brincadeira, amor e paz foram explorados nas apresentações.

Quem convive com os cantores durante os ensaios e os preparativos para as noites de cantata, confirma que entre eles esses são os principais sentimentos. No papel de um dos 230 anjos que acompanham as crianças nas janelas do palácio há três edições, Magali Diegues afirma que, a cada apresentação, há uma emoção diferente. "Sempre choro quando abre a janela pela primeira vez", confessa a voluntária. "As crianças se apegam à gente, é preciso um cuidado especial", descreve.

Enquanto os anjos ficam designados para cuidar das crianças, os arcanjos têm de primar pela organização do espetáculo dando assistência aos anjos e às crianças. É o que faz Angela Maria da Silva há nove anos. "A primeira noite dá uma expectativa gostosa. Mas a emoção maior quem passa são as crianças", conta.

As crianças, que precisam ter média alta na escola e passam por um teste de voz para cantar no Natal, garantem que a alegria não dá lugar ao nervosismo diante de um público tão grande. "Na primeira vez deu um frio na barriga, mas agora não dá mais", diz o estudante Lucas Joel, de 12 anos, que canta pela segunda vez no Natal do HSBC. "É que tenho um carinho muito grande pelo público", explica a razão de tanta tranqüilidade, enfatizando o significado do Natal, o nascimento de Jesus, como o amor que ele expressa nas apresentações.

Provenientes de lares carentes, muitos deles aguardam por adoção e vêem nas noites que antecedem o Natal o prazer de conviver com outras crianças. É o caso de Bruno Correia, 11 anos, que entusiasma-se com a apresentação. "É muito bom participar e estar com os colegas", diz o cantor, já acostumado às apresentações. Diferente de Rylton Laurethe, 8 anos, que ontem cantou pela primeira vez no coral. "Eu não fico com medo, não", diz com firmeza, junto aos colegas, demonstrando ter aprendido na convivência o significado do Natal.

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