Amanhã é o dia D para a Sanepar decidir se promove o retorno do rodízio do racionamento na Grande Curitiba. Se as previsões do Instituto Tecnológico Simepar se confirmarem, uma nova frente fria deve atingir o Paraná, provocando novas chuvas em todo o Estado, inclusive em Curitiba e Região Metropolitana. Dependendo da intensidade da precipitação, o abastecimento pode ficar garantido por mais uma semana. O volume expressivo de chuva que atingiu Curitiba e região na sexta-feira e no sábado fez com que a Sanepar interrompesse o rodízio desde sábado, graças à possibilidade de utilização da água da bacia incremental para o abastecimento.
Hoje ficam livres do corte no abastecimento os moradores do grupo 5, formado de modo parcial pelo Cajuru, Uberaba e Piraquara e também parcialmente pelos municípios de Pinhais e São José dos Pinhais. Já os moradores do grupo 6 só saberão amanhã se terão ou não o abastecimento normal.
De sexta até as 15h de ontem, o sistema de medição de chuvas da Sanepar instalado na Serra do Mar, região onde nascem os mananciais que abastecem os reservatórios de Curitiba e região, marcou 81 milímetros (mm). Na medição do Simepar, em Curitiba, o volume foi de 48 mm e em Pinhais, de 60 mm. ?Levando-se em conta que a média de chuvas no mês de setembro é de 150 mm, choveu praticamente um terço em apenas dois dias?, ressalta Braun.
Com a chuva, as barragens do Iraí e do Piraquara 1, que estavam com apenas 28% da capacidade total de reserva na quinta-feira, ontem estavam com 31,3%. Como as comportas das duas barragens permanecem fechadas, já que a água usada para o abastecimento é proveniente da bacia incremental, formada por cavas e rios que ficam abaixo das barragens, a tendência é que a reserva continue razoável nos próximos dias. ?Mas a situação está longe de ser normalizada. A população deve continuar economizando?, avisa Antônio Carlos Gerardi, gerente da Sanepar para Curitiba e Região Metropolitana.
Temporal
Se, para o abastecimento, a chuva foi benéfica, por outro lado as pancadas de chuva do final de semana causaram estragos, especialmente no norte do Estado. Em Cornélio Procópio, choveu granizo por cinco minutos no domingo, mas o saldo trágico aconteceu no sábado, quando um adolescente morreu afogado após ser levado pela enxurrada. Em Andirá, o prejuízo foi causado pelo granizo que caiu no sábado à noite. 400 casas tiveram os telhados destruídos, o que forçou a Prefeitura a distribuir lonas como medida paliativa para a situação. Oitenta famílias tiveram que se abrigar em um ginásio de esportes. Porém ontem a situação na cidade estava relativamente normalizada, restando apenas o trabalho de levantamento do número de telhados que terão de ser trocados.
Em Maringá, o problema das chuvas fortes refletiu nas árvores da cidade. Cerca de 300 árvores foram derrubadas pela chuva e, até o final da tarde de ontem, mais de 200 haviam sido removidas, do centro e dos bairros. Para hoje, estão programados serviços de recuperação de locais onde o sistema de iluminação pública foi prejudicado pelo temporal.
Sarandi sofreu os efeitos negativos em casas, asfaltos, galerias pluviais, telhados, muros, árvores, postes e carros. Ontem estavam sendo feitos consertos dos muros, limpeza das ruas mais afetadas e recolocação de telhas nas residências.