Foto: Allan Costa Pinto |
Alunos estão na reitoria. continua após a publicidade |
Apesar de a Justiça Federal já ter determinado a reintegração de posse do prédio da reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), os estudantes disseram ontem ter a garantia da direção da instituição de que o mandado não será cumprido até amanhã. A afirmação foi feita aos alunos tarde da noite da última sexta-feira. Nesse último encontro, os ocupantes discutiram a questão da segurança e como seria feita essa retirada. Eles pretendem permanecer no prédio com atividades durante todo o final de semana.
Os quase 35 estudantes ocupam o prédio da reitoria da UFPR desde a última quarta-feira. Ontem pela manhã, ainda no local, eles reafirmaram que exigem a realização de um plebiscito sobre a adesão ao Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Enquanto isso não ocorre, eles ainda pedem que o assunto seja retirado da pauta do Conselho Universitário. De acordo com a estudante Alexandra Bandoli, eles pretendiam dar continuidade às atividades da ocupação durante o final de semana e só pensariam em sair da reitoria amanhã.
O reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, disse que a universidade só tem a ganhar com a adesão ao programa. Ele explicou que o projeto prevê a ampliação do número de vagas, que irá subir de 22 mil para 28 mil em cinco anos. Para isso, o governo federal está destinando uma verba de R$ 240 milhões, sendo R$ 75 milhões para a infra-estrutura e compra de equipamentos. Palotina deve receber o maior número de vagas: 1.800, além de ganhar novos cursos.
O dinheiro também será usado para a modernização e ampliação de alguns setores da universidade, como bibliotecas e laboratórios. Também serão contratados mais 200 professores e 300 servidores técnicos.
Além dos alunos, a Associação dos Professores da UFPR (APUFPR) se posicionaram contra a adesão. A professora do setor de educação, Sônia Miranda, diz que o governo quer ampliar o número de vagas, mas não a infra-estrutura. Ela explica que a verba destinada às universidades federais é insuficiente. Além disso, o governo estipulou o cumprimento de metas, entre elas que o índice de aprovação suba para 90%. A professora acha isso difícil de ser atingido porque os alunos chegam com muita defasagem do ensino médio. Mas o reitor não vê problemas, já que o índice hoje é de 75%.