A sobrecarga nas fossas sépticas do Colégio Estadual Ângela Sandri Teixeira, no quilômetro 21 da Rodovia dos Minérios, em Almirante Tamandaré, tem deixado os alunos expostos ao esgoto.
A sujeira é tanta na entrada do estabelecimento que até quem passa pela rua para chegar à escola vizinha, a Municipal Bortolo Lovato, acaba com as roupas e os calçados sujos, correndo risco de se contaminar.
As duas instituições não estão ligadas à rede de esgoto. Como o terreno do colégio é em declive, a sobrecarga na fossa que fica próxima ao portão de entrada, na parte mais baixa, é maior.
“Às vezes a gente precisa ir para a quadra para fazer lição, por que o cheiro na sala fica insuportável”, explica uma garota de 13 anos, aluna da 7.ª série, que estuda na sala mais próxima à entrada.
O diretor Claudiney Benatti conta que, independente do período de chuva, há mais de um ano a entrada da escola fica sempre cheia de água suja. “Não utilizamos mais o portão de entrada para acesso ao colégio. Os alunos entram pelo estacionamento ou pela escola ao lado para evitar o contato com essa sujeira”, garante.
De acordo com o diretor, o colégio utilizou a maior parte do fundo rotativo, que é uma cota de serviços para manutenção da escola, só para esgotar as fossas. “O trabalho que em fossas normais é realizado há cada três ou quatro meses, nós fazemos a cada quinze dias”, ressalta.
No início do ano passado, a direção da escola enviou através do Núcleo Regional de Educação uma solicitação de providências para a Secretaria Estadual da Educação (Seed).
No final do ano passado, um técnico da Superintendência do Desenvolvimento Educacional verificou pessoalmente a situação. “Na reunião de pais, em março, mais pessoas pediram providências. Cobramos e a Seed enviou outro técnico. Nos repassaram um número de protocolo declarando que dariam prioridade ao caso, mas ainda estamos aguardando”, explica o diretor. O protocolo estaria sob responsabilidade da Secretaria de Obras Públicas.
A assessoria de imprensa da Seed informou que ainda hoje divulgará nota sobre o assunto. Enquanto nenhuma providência é tomada, os alunos continuam expostos ao risco. “Alunos entrarem no mesmo lugar que carros gera um alto risco de acidentes”, alerta o professor de Educação Física George Luis Alves Barbosa.
Um garoto de 15 anos, que estuda na 8.º série, confessa que não sabe mais o que fazer. “Se passamos de bicicleta, a sujeira espirra na nossa roupa. Se vamos a pé, sujamos os tênis e a calça do uniforme, e se chegamos com outra calça a diretoria briga”, desabafa.