As péssimas condições da estrada principal e das vias paralelas e transversais na localidade Bolinete, em Campo Largo, está fazendo com que muitas crianças deixem de ir à escola. Em períodos de seca, a população que vive na região sofre com a poeira.
Quando chove, as ruas ficam intransitáveis e muitos veículos acabam atolados. A Kombi que faz o transporte escolar dos estudantes nem mesmo consegue chegar à casa das crianças e adolescentes, que acabam perdendo aulas ou tendo que andar diversos quilômetros para chegar até a escola.
?Já perdi as contas de quantas vezes meus filhos (de 13, 17 e 18 anos) deixaram de ir para a escola porque choveu muito e a Kombi não conseguiu chegar para buscá-los. Às vezes, a gente descobre que as ruas estão alagadas em cima da hora e já não dá mais tempo de os estudantes irem a pé. O resultado é que eles perdem conteúdo e depois têm que estudar bem mais para se recuperar e continuar acompanhando a turma?, disse o lavrador Casimiro Wosniak.
Os filhos do também lavrador Estevão Knaut, de 6, 9 e 11 anos, enfrentam o mesmo problema. Só este ano, eles já deixaram de ir à escola duas vezes. Quando deduzem que a Kombi não vai conseguir passar para transportá-los, caminham cerca de um quilômetro em meio às poças para pegar a condução em outro lugar. ?O problema é que o caminho é perigoso, em meio à estrada de terra deserta, e muitas vezes as crianças perdem a condução, que não as espera. Eu e minha esposa temos que largar nosso serviço para acompanhá-las até o local onde a Kombi consegue passar sem encalhar?, afirmou.
Segundo Estevão, a Prefeitura de Campo Largo já foi alertada diversas vezes sobre o problema, mas nunca fez nada para resolvê-lo. ?Acredito que a solução não seja difícil. Basta colocar cascalho periodicamente nas ruas. Isso não é caro, é simples?, sugere.
Prefeitura
A reportagem de O Estado entrou em contato com o diretor do Departamento de Transporte Escolar da Prefeitura de Campo Largo, Lourival Vieira, que disse desconhecer os problemas existentes na região de Bolinete. ?Quando há falta de alunos em função de transporte escolar, as diretoras das escolas devem nos comunicar do problema. Porém, isso não vem acontecendo?, revelou.
Informado pela reportagem sobre as reclamações dos moradores, Lourival disse que vai entrar em contato com as diretorias das escolas e com a empresa que opera o transporte escolar, Viação Apoio Ltda., para ver se outro veículo pode ser disponibilizado aos estudantes em dias de chuva. ?Posteriormente, caso sejam confirmados os problemas, vamos entrar em contato com a Secretaria Municipal de Viação e Obras para ver o que pode ser feito?.
