Alunos de 1.ª a 4.ª séries da rede municipal de ensino de Araucária, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), começarão o ano letivo no dia 5 de fevereiro sem kits de material escolar e uniformes.
Os dois processos licitatórios para compra do material foram suspensos pela prefeitura no final do ano passado, ainda na gestão anterior. Para contornar a situação, a secretária municipal de Educação, Maria José Dietrich, se reuniu na noite de ontem com representantes do departamento de licitações do município para definir os prazos para nova concorrência. O resultado dessa reunião será divulgado hoje.
Segundo informações da assessoria de comunicação da prefeitura, o motivo da suspensão das licitações foi a falta de especificações dos objetos, gerando dúvidas para as empresas interessadas no processo. O edital não especificava, por exemplo, o tamanho, as cores e a quantidade de uniformes escolares, assim como o modelo das mochilas a serem utilizadas pelos estudantes. Ainda segundo a prefeitura, os erros do edital alterariam o valor final dos produtos a serem adquiridos.
Atraso
O atual prefeito do município, Albanor Zezé Gomes (PSDB), afirma que todos os alunos irão receber o kit e o uniforme e que os pais não precisam ficar preocupados. Contudo, ele admite que as crianças iniciarão as aulas sem o material. “Como os processos licitatórios são burocráticos, não será possível entregar os kits já no início das aulas, mas vamos cumprir esse compromisso com os araucarienses nos próximos meses”, garante.
Para o diretor e professor da Escola Municipal Rural Edvino Nowak, Hector Paulo Burnagui, iniciar as aulas sem que os alunos tenham condições de estudar será um caos. “Quem tem condições, compra. Mas famílias mais humildes certamente sofrerão com esse problema. Como explicar para uma criança de seis anos que seu colega tem o material escolar e ela não?
Elas não entendem de licitações, só querem o seu uniforme, seu material escolar e sua mochila”, reivindica. Ele explica também que as escolas dispõem de alguns materiais escolares, como cadernos e lápis, mas que o estoque não vai atender a todas as crianças. “Isso é apenas material de reposição. Não temos como arcar com tudo.”
Burnagui, que também faz parte da diretoria do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária (Sismmar), informa que o sindicato pretende conversar com a Prefeitura de Araucária para saber como a situação será resolvida. “Queremos ver o que será feito. Conforme for, poderemos tomar medidas judiciais a fim de garantir que nossos alunos tenham todas as condições de estudar”, encerra.