Alunos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) ocuparam ontem as galerias da Assembléia Legislativa, em Curitiba, em protesto contra as recentes medidas anunciadas pelo governo, como a suspensão do vestibular para 43 cursos das cinco universidades estaduais e a proibição de contratação de 1.314 professores temporários. Pela manhã, os alunos foram recebidos pelo secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldair Rizzi. A UEPG teve oito cursos suspensos.
De acordo com o coordenador-geral do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UEPG, Felipe Fontana, a maioria dos cursos suspensos não requer grandes investimentos e por isso poderia abrir novas turmas. “A gente apresentou a real estrutura dos cursos da UEPG, principalmente dos oito que podem ter o vestibular suspenso”, conta Fontana.
Segundo ele, o curso de Enfermagem, por exemplo, já apresenta estrutura de laboratório pronta. É o mesmo caso de Química Ambiental, Zootecnia, em Castro, Ciências Biológicas e Engenharia de Computação. “A questão principal é a falta de professores. E isso não por causa dos novos cursos, mas porque não há concurso público há tempos”, aponta. Um dos temores é que os alunos percam o primeiro semestre de 2004, já que o processo seletivo de professores temporários demora cerca de dois meses. O secretário afirmou, durante o encontro, que enquanto a Seti não concluir os estudos sobre as universidades não haverá contratação de novos professores.
No final da tarde, os alunos se reuniram com os deputados da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa. “A função da comissão, nesse caso, é mediar o diálogo entre a comunidade universitária e o governo, para evitar que haja prejuízos à qualidade da educação nestas instituições e para que os direitos dos estudantes sejam assegurados”, afirmou o presidente da comissão, deputado Tadeu Veneri (PT).