Alunos da rede pública estadual do Paraná que apresentam baixo rendimento estão sendo mapeados pelos núcleos regionais de educação para um trabalho de recuperação de suas notas. O objetivo é evitar um aumento significativo no índice de reprovação neste ano letivo atípico, em razão da pandemia do novo coronavírus. Sem aulas presenciais desde março, a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed) optou por alterar o modelo de avaliação dos estudantes, permitindo que as notas de todos os trimestres sejam revistas de acordo com o processo de aprendizagem dos conteúdos.
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“Quando se tem aulas presenciais, as notas são fechadas ao fim de cada trimestre: em maio, setembro e dezembro”, explica o diretor de Educação da Seed, Roni Miranda Vieira. “Como estamos em aulas não presenciais e os alunos têm uma temporalidade de aprendizagem e de execução de atividades diferente, mantivemos abertos os processos de avaliação dos três trimestres.”
Até o dia 18 de dezembro, quando se encerra o ano letivo, todos os alunos ainda podem recuperar o conteúdo, desenvolver as atividades propostas e, assim, recuperar seu rendimento escolar. Ele conta que a ideia é não afastar da escola aqueles que não tem acompanhado as aulas com regularidade.
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“O que se prioriza é a aprendizagem dos estudantes. A garantia da presença e da nota é pelo que está sendo produzido”, diz Vieira. “Nossa maior preocupação é que eles desistiam quando têm notas ruins.” Com as atividades realizadas de forma online, ou entregues a cada 15 dias em material impresso para os alunos que não tem acesso às plataformas digitais, não estão sendo realizadas provas como havia nos encontros presenciais. Toda a avaliação é baseada nos exercícios propostos.
Em torno de 15% a 20% dos alunos apresentaram alguma nota abaixo da média no primeiro trimestre deste ano. Os índices do segundo trimestre ainda estão sendo consolidados pela Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar), responsável pelo sistema técnico de acompanhamento das avaliações.
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A rede estadual conta com 1,07 milhão de estudantes, considerando todas as modalidades de ensino. Desses, cerca de 80 mil estão com o índice de participação nas atividades em “alerta vermelho”. “A gente não considera evasão, mas são aqueles que têm uma infrequência muito grande.”
Em anos anteriores, a média de reprovação e abandono entre alunos do ensino fundamental II (6º ao 9º ano) foi de 9%, enquanto entre estudantes de nível médio, de 14%. “Estamos trabalhando muito com as escolas, fazendo a mobilização de estudantes por meio da mídia, de WhatsApp e até de carros de som, para que esses números não aumentem e, se possível, até reduzam”, diz o diretor da Seed. “Mas é um temor, sim [que o índice cresça]. Agora que tudo praticamente está voltando ao normal, o risco é de o adolescente se desapegar da rotina de estudos e comprometer o ano letivo.