A sexualidade envolve as partes psicológica, social e cultural, enfim, muito mais que simplesmente o conceito de sexo, explicado pelo ato sexual em si. Quem explica isso é a estudante Cíntia Caroline Orlandini Cardoso, 15 anos, que participou na última semana do 11.º Curso Sexualidade, Prevenção ao Uso de Drogas e Doenças Sexualmente Transmissíveis, promovido numa parceria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Centro Paranaense de Cidadania e a Secretaria de Estado da Educação (Seed). Os dez primeiros cursos foram destinados apenas a educadores, esse foi o primeiro que contou também com a presença de estudantes.
Cíntia disse que aprendeu bastante durante a semana e prometeu repassar muito desse conhecimento aos demais alunos do Colégio Estadual Domingos Zanlorenzi. A professora Doralice Miranda, do Colégio Estadual Unidade Polo, de São José dos Pinhais, explicou que é muito recompensador o trabalho com a sexualidade. “As crianças gostam e fazem perguntas. Procuro tratar o assunto de maneira o mais natural possível, afinal, sexo faz parte de nossa vida”, afirmou a educadora.
Conforme dados do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), 3% dos adolescentes brasileiros têm a autorização dos pais para utilizarem maconha. Esse número não passa de 2% em Curitiba, mas chega a 14% no Rio. Para a professora da UFPR, Araci Asinelli da Luz, o fato pode ser encarado de duas maneiras. “Caso os pais queiram projetar sua vida nos filhos e se tornem permissivos porque usaram drogas algum dia, é ruim. Mas se a possível liberação for um ponto de partida para um maior diálogo, pode ser positivo”, avaliou Araci.