Pais e estudantes protestaram contra a paralisação. |
Alunos do Cefet-PR (Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná) e pais deram ontem um abraço simbólico no prédio da unidade de Curitiba exigindo o retorno das aulas. Os estudantes temem não conseguir terminar o ensino médio a tempo de se matricular no início do ano que vem em uma instituição de nível superior. O calendário do Cefet já estava atrasado devido à paralisação que ocorreu em 2001. Os professores aderiram à paralisação nacional dos servidores federais e estão em greve desde o dia 8 de julho.
O calendário do Cefet já estava atrasado devido a última paralisação dos professores que durou quatro meses no fim de 2001. Com os ajustes feitos pela instituição, as aulas de 2003 seriam concluídas em fevereiro de 2004. Mas agora, com a paralisação de mais de quarenta dias, o calendário pode ser prejudicado mais uma vez.
De acordo com o presidente do grêmio estudantil, Paulo Eduardo Bodziak Júnior, de 17 anos, eles querem que pelo menos os professores compareçam às assembléias que decidem os rumos da greve. Dos setecentos professores da instituição, apenas 47 compareceram à última votação. “Não pode um número tão pequeno decidir pelos demais. A gente quer que os professores que são contrários ao movimento também compareçam e dêm sua opinião”, reclama.
A aluna Virgínia Turra, 17, é só preocupação. Ela está no terceiro ano e quer prestar vestibular para biologia na Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Estudo aqui e pago cursinho. Se não conseguir garantir a matrícula no ano que vem vou perder tempo e dinheiro”, comenta. Segundo a estudante a UFPR teria se manifestado afirmando que não aceitaria documentação atrasada.
Felícia Achar, 48, mãe de estudante comenta que não agüenta mais ver a agonia da filha. “Ela está estressada e eu fico preocupada. Eles precisam voltar logo às aulas”, diz.
A vice-presidente do sindicato da categoria, Zenaide Claudino Possos, afirma que todas as 35 instituições federais estão paradas. Ela concorda com os alunos de que os docentes precisam comparecer às assembléias. Ela explica que o número de professores era pequeno na última assembléia, mas que pelo regimento a votação foi válida porque era a segunda convocação. “Se os professores comparecem e se mostrarem contrários ao movimento, as aulas podem retornar imediatamente”, explica. Zenaide também comenta que a UFPR não se pronunciou oficialmente sobre o fato de não aceitar documentação de matrícula atrasada. Ela acha que dificilmente os alunos sejam prejudicados devido a parceria entre as instituições.