Alternativas para as áreas de proteção

Prefeitos e cooperativas de municípios dos Campos Gerais participaram, na última quarta-feira, de uma reunião para discutir propostas alternativas para a criação das unidades de proteção das araucárias pretendidas pelo governo federal no Paraná e em Santa Catarina. Participaram do encontro 6 prefeitos e 42 vereadores das cidades onde produtores conseguiram, na justiça, a paralisação da criação das unidades. Eles alegam que as consultas públicas só foram realizadas em Ponta Grossa, quando deveriam ter sido feitas em todos os municípios onde as áreas de preservação permanentes se encontrarão.

Em um acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), ficou acertado que esses municípios criem conselhos ambientais que, até meados de julho, devem apresentar levantamentos e propostas alternativas para a delimitação das unidades. ?A reunião serviu para que todos afinassem as propostas para o Ministério?, afirma o diretor-executivo da Associação dos Municípios dos Campos Gerais, Antônio Aurélio Salgado. Segundo ele, a ministra Marina Silva garantiu só irá enviar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o decreto para criação das unidades depois de estudar a proposta dos municípios.

Salgado acusa o Ibama de ter errado no levantamento e delimitação das propriedades que farão parte das áreas. ?O órgão apontou apenas 32 propriedades na região. Num levantamento inicial, já ultrapassamos 300?, diz. Ele revela que a proposta dos municípios deve ser que essas propriedades sejam elevadas à categoria de reservas particulares de proteção natural (RPPN), e não desapropriadas, como quer o governo federal. ?Ninguém é contra a preservação. Mas dessa maneira os município ganham com o ICMS ecológico e os produtores não precisarão deixar suas propriedades?, acredita.

Mas segundo o superintendente do Ibama no Paraná, Marino Gonçalves, a criação de RPPN?s naquela áreas não interessa nem ao instituto, nem ao MMA. ?O que esperamos são propostas para eventuais ajustes nos limites das propriedades?, afirma Gonçalves. Ele esteve ontem, em Brasília, para apresentar ao MMA o relatório das operações de fiscalização em Campos de Palmas e na Serra da Esperança. ?Constatamos que o crime de desmatamento está acelerado em áreas já definidas como de conservação.?

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