Alfabetização muda vida de funcionários da ACP

O projeto de alfabetização Luz das Estrelas, realizado pela Associação Comercial do Paraná (ACP), em parceria com a Copel, está mudando a qualidade de vida de funcionários da entidade. O trabalho tem ajudado a desenvolver a auto-estima e independência e, de quebra, os alunos perdem o “medo” de computadores.

Para Maria Liachi, de 68 anos, escrever uma carta era tarefa difícil ou quase impossível. Mas quando ela terminou o primeiro módulo de estudos, presenteou o neto Lucas Alexandre Liache, 11, com uma mensagem. O garoto é o maior incentivador dela. “Falei que ia desistir, mas ele disse que eu não podia, que estava indo bem”, lembra a avó. Emocionada, Maria até chora ao comentar o assunto. “É muita emoção aprender assim, tanta gente ensinado.”

Mas Maria, como os demais funcionários da ACP, tinha medo de freqüentar a sala de aula. “Me achava velha, tive até dor de cabeça e de barriga”, confessa. Um dos motivos para tanta angustia é que as aulas são ministradas com auxílio de computadores, através de um software desenvolvido especialmente para alfabetização pela Copel.

A coordenadora Tânia Vieira conta que os funcionários da limpeza só tinham contato com o equipamento na hora de tirar o pó e tinham receio de mexer com a máquina. No caso de Maria, que é copeira, nunca havia chegado perto de um. “Agora já ligo, desligo e sei até o que fazer quando ele trava”, orgulha- se.

Ambiente melhorado

As aulas ajudaram também a melhorar o relacionamento entre os funcionários e acabaram até com a timidez de um deles, que prefere ficar no anonimato ? sentimento que durou 48 anos. “Agora ele está mais alegre e fala com todo mundo”, comemora Tânia. A coordenadora ressalta ainda que outros aspectos da vida dos novos estudantes melhoraram, já que alguns tinham dificuldade até para pegar ônibus.

Para concluir o curso, os alunos precisam completar quatro módulos, depois fazem um teste do Ministério da Educação (MEC) e recebem certificado de conclusão de primeira a quarta séries. Outra vantagem da metodologia aplicada é que cada aluno segue seu ritmo, e pode terminar antes ou demorar mais para concluir. Os professores também são diferentes, todos funcionários da ACP, que ajudam os colegas em seus horários vagos. “Para eles também é bom poder ajudar”, ressalta Tânia.

No início eram doze alunos. Agora são 25 e todos partilham o mesmo sentimento de Maria. Valeu à pena trocar o horário livre do almoço pelas letras. “Agora já sei ler”, comemora.

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