Alerta contra queimaduras com fogos de artifício

Com a chegada do final de ano, os médicos dos hospitais de Curitiba ficam em alerta para um problema sério, mas que muitas pessoas ainda acham que é brincadeira: os fogos de artifício.

No dia 1.º de janeiro deste ano, pelo menos 40 pessoas procuraram o Hospital Evangélico de Curitiba com queimaduras graves provocadas por fogos. Só no Natal a instituição atendeu pelo menos dez pacientes com o mesmo problema.

Segundo dados da Associação Brasileira de Cirurgia de Mão (ABCM), nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro a quantidade de pessoas que chegam no Hospital do Trabalhador (HT), em Curitiba, com lesões sérias nos membros superiores mais que dobra, em relação ao restante do ano. Tudo por causa do manuseio incorreto de fogos e bombas.

Geralmente, há mais casos nos meses de férias, e também em junho, das festas juninas. Para se ter uma ideia da quantidade, nos meses de dezembro (de 2007), janeiro, fevereiro, março e junho do ano passado o HT recebeu 34 pacientes com lesões nos membros superiores (sendo dez só em janeiro e quatro, em junho), no restante do ano foram atendidos dez pacientes com o mesmo problema.

Já no Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Evangélico, 10% das pessoas com queimaduras que são atendidas por ano sofreram acidentes com fogos de artifício. Isso significa que dos cerca de 3.500 pacientes atendidos no setor, cerca de 350 se queimaram com fogos.

O chefe do Serviço do Evangélico, José Luiz Takaki diz que, felizmente, 90% dos pacientes chegam no hospital com queimaduras menos graves, aquelas de primeiro ou segundo grau.

No entanto, ele conta que a situação sempre é sofrida para a vítima. “As queimaduras de primeiro e segundo grau podem ser as mais leves, mas são extremamente dolorosas, pois expõem as terminações nervosas”, afirma o médico.

Já o médico ortopedista do HT, Luiz Carlos Sobania, conta que os casos que chegam para ele são muito mais graves. “Atendemos muitos pacientes com lesões sérias, como perda de dedos, de mãos. E sem falar nas consequências, pois muitas pessoas perdem o trabalho por não poderem mais atuar”, observa.

O tenente Leonardo Mendes, do Corpo de Bombeiros, recomenda que em shows pirotécnicos na praia as pessoas fiquem longe do cordão de isolamento (quando há, pois em alguns locais essa segurança não existe) e nunca soltem os fogos segurando-os nas mãos. “E se por acaso o aparato falhar, nunca tentar reutilizá-lo”, afirma.

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