Para todos os gostos

Ainda existem boas opções para férias “de última hora”

Deixar para programar a viagem das férias, quando já está próximo do período de descanso ou durante os dias sem trabalho, não é a situação ideal. Só que acontece e nem por isso o bolso precisa ser castigado duramente, até porque ele não tira férias. Dependendo do destino desejado, o plano precisa ser adiado até pela falta de vagas em hotel, passagens esgotadas, etc. Mas para quem tem a diversão como meta, o desvio de rota para um destino onde os valores não estejam inflacionados pela temporada pode surpreender.

O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens seção Paraná (Abav-PR), Roberto Bacovis, recomenda a quem está nessa situação procurar um serviço especializado. “Fazer a agência trabalhar para você é um caminho para quem não planejou a viagem, pois os profissionais têm acesso a ofertas das operadoras que nem chegam ao cliente final”, afirma.

Outra vantagem é o poder de barganha e o acompanhamento em tempo real da flutuação de preços de passagens aéreas que fazem com que mesmo na alta temporada sejam montados pacotes mais competitivos. “Por incrível que pareça, os destinos mais elitizados lotam antes, porque os clientes que planejam ir para a Europa, por exemplo, montam seus pacotes com antecedência”, aponta.

Bacovis também explica que a total falta de planejamento para uma viagem esbarra na documentação. “Mesmo havendo outras opções, quanto antes o cliente entender o valor de organizar suas férias dentro de um intervalo de tempo antecedência entre três e seis meses, melhor será para ele conhecer qualquer lugar no mundo. Hoje, com as facilidades de pagamento, nenhum destino é impossível”, destaca.

E o contrário também é verdadeiro. O próprio presidente da Abav conta que devido a um compromisso de última hora, precisou viajar para Foz do Iguaçu e desembolsou o triplo do valor pela passagem aérea. “É o custo do tempo que impacta severamente quando a viagem inclui o transporte aéreo”.

Promocionais

O professor do curso de Turismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Izac Bonfim, explica que as tarifas promocionais existem, mas ficam raras a medida em que a data de embarque se aproxima. “Para manter a rentabilidade das aeronaves as companhias fracionam os lugares dos voos em categorias de preços e reservam promoções. Em alta temporada, a demanda reduz ainda mais o percentual de lugares promocionais e quem deixou para última hora acaba ficando refém dos elevados valores cravados pelo excesso de procura”, comenta.

Como as agências acabam trabalhando com bloqueios tanto nas reservas de hotel, quantos nos lugares dos voos, Bonfim afirma que a tendência é de que as viagens com transporte aéreo de última hora contratadas pelas agências sejam mais econômicas do que organizar o pacote por conta própria.

Passeios de carro dividem opiniões

Optar por destinos mais próximos da capital paranaense e economizar no aéreo é uma dica de lazer que divide opiniões. Para Izac Bonfim, o interior do Paraná e Santa Catarina reservam vários destinos belíssimos.

“Passeios para Prudentópolis, Rio Negro, Lapa ou São Bento do Sul vão no contrafluxo dos destinos de verão e possuem muitas atrações. A ideia de viajar é conhecer lugares novos e tem muita gente que esquece de explorar o próprio estado”, aponta.

Lentidão

As obras nas estradas que ligam Curitiba ao interior, no entanto, fazem a diretora da Interlaken Turismo, Marselle Benzi de Lima, ponderar. “Sair de carro ou de ônibus é sinônimo e de perder muito tempo do lazer na estrada. Deve-se avaliar se vale a pena optar pelo terrestre”, recomenda.

Câmbio

Segundo os especialistas, mesmo com a forte valorização cambial em 2013, destinos como Estados Unidos, México, Caribe e República Dominicana, seguem mais vantajosos economicamente no verão brasileiro do que alguns destinos do Nordeste.

“O litoral é o caminho da maioria dos turistas e fatalmente se pagará mais por isso. Por isso que países como os Estados Unidos, mesmo com o dólar mais elevado, acabam sendo mais interessantes”, avalia Izac Bonfim.

Segundo o professor, a vantagem é sobretudo para o turismo de compras. “Produtos como tênis, roupas e perfumes são até quatro vezes mais em conta do que no Brasil”, avalia.

O presidente da Abav-PR, Roberto Bacovis, lembra ainda que países da América do Sul como o Uruguai (agora com voo direto de Curitiba para Montevidéu) também oferecem a cobiçada dobradinha: preço competitivo e a vantagem de conhecer outro país.

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