Economizar e reaproveitar a água são palavras de ordem não apenas em grandes empreendimentos, como shoppings, hotéis e hospitais, mas também para o pequeno consumidor. O aumento do consumo e uso indiscriminado do recurso vêm encarecendo-o, mas a tecnologia e criação de consciência ambiental são meios que podem dar uma mão ao meio ambiente, promovendo economia e preservação por meio de medidas simples.
O brasileiro ainda está um pouco distante do que se poderia chamar de boas práticas para aproveitamento da água. É o que acredita o superintendente de conservação de água e solo da Agência Nacional de Água (ANA), Antônio Félix Domingues. "Tecnologia é importante, mas significa mais o comportamento da população. Se você constrói uma casa cheia de equipamentos modernos, como chuveiros e torneiras que promovam economia, mas costuma lavar a calçada com água tratada e uma mangueira que jorra 70 litros de água por minuto, de nada adianta", compara.
A Agência possui um manual que pode ser usado por engenheiros, arquitetos, empreiteiros ou consumidores comuns, com dicas de projetos e utensílios que podem ajudar a economizar. Algumas dessas medidas vêm sendo experimentadas e já comprovam efeitos. É o caso do aproveitamento da água da chuva em residências. "Pode ser usada para lavar calçada, irrigar jardins e para descarga. Neste último caso, recomendamos apenas fazer um tratamento simples com alguns produtos químicos para não amarelar o vaso sanitário com o tempo", cita. "Basta construir em casa um tanque ou recipiente para armazenar a água e bombeá-la para uma caixa d’água destinada a esses usos."
O uso em edifícios também preocupa. É que a medição conjunta não promove nos condôminos esforço para economizar, de acordo com Domingues. "A conta de água hoje é a segunda maior nos edifícios. A medição individualizada é a solução. Já comprovamos que a economia chega a 25% se há medidores em cada apartamento, já que induz os moradores a frear o consumo", relata. Além disso, os vazamentos são grandes responsáveis pelo desperdício. "No Brasil, perdemos cerca de 30% a 40% da água tratada e quem paga isso é a sociedade."
Nos grandes empreendimentos, onde o consumo geralmente é expressivo, a tecnologia ajuda. "O investimento em descargas, chuveiros e torneiras que controlam a quantidade de água pode ser recuperado em três meses".