Os moradores do bairro Água Verde, em Curitiba, estão preocupados com a dengue. Motivo: uma construtora escavou um terreno para começar a fundação de um prédio, mas abandonou o local. Agora a água da chuva fica retida em uma grande piscina. Eles temem que o local se torne um foco de disseminação da doença. Segundo a coordenadora municipal do Programa de Combate à Dengue, Márcia Rocha, a Prefeitura está procurando o proprietário do terreno para resolver o problema.
Até o mês de outubro, Mário Luiz Ezequiel Gomes olhava pela janela do apartamento e via um bosque no terreno vizinho. Agora a imagem é desoladora. As árvores foram derrubadas e um imenso buraco foi aberto no chão. A água da chuva se acumula e a preocupação com dengue é constante.
Ele explica que a construtora chegou no local em outubro e começou a escavar, mas há dois meses abandonou o lugar. Mário acha que a empresa pode estar esperando que o período de chuva cesse para continuar a construção. Ele e os vizinhos já protolocaram vários pedidos na Prefeitura para que a situação seja resolvida, mas afirmam que até agora não tiveram nenhuma resposta.
?Eles não deixam nem colocar água no pratinho das plantas e agora tem esse piscinão aí do lado?, reclama a moradora Maria Piantavini. Ela diz ainda que quando venta, o apartamento é invadido por um cheiro desagradável. Mário também observou dentro de casa o aumento do número de insetos e acha que pode ter alguma relação com a ?piscina?.
De acordo com Márcia, a Secretaria Municipal de Urbanismo está procurando o proprietário, mas ainda não conseguiu localizá-lo. Como o terreno está fechado, a Prefeitura não pode entrar sem a autorização do dono. Ela explica que, assim que a situação for resolvida, técnicos do Programa de Combate à Dengue irão até o local para verificar se há presença de larvas. Em caso positivo, serão coletadas amostras para exames laboratoriais e, se o foco se confirmar, a água será tratada quimicamente. Além disso, a Secretaria Municipal de Urbanismo deve solicitar a drenagem do terreno até que a obra seja retomada.
A coordenadora do programa explica também que o mosquito da dengue prefere água mais limpa e que a coloração não esteja turva. O Aedes aegypti procura também reservatórios artificiais como garrafas, pneus e até poças de água em construções que já estejam com a laje, o que não é o caso.
Segundo ela, em Curitiba no ano passado foram detectados 37 focos da doença. Este ano foram dois: um, numa das armadilhas espalhadas pela Prefeitura, e outro numa transportadora. Desde 1998, quando a cidade implantou o programa de combate à doença, nenhum caso autóctone – contraído na cidade – foi registrado, apenas casos importados. Em 2006 foram 30 notificações e sete casos confirmados.
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