O aproveitamento de água da chuva está sendo apontado como uma das soluções para minimizar o problema da falta de água no próximo século. A idéia vai ser implantada ano que vem na biblioteca da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mostra que os custos iniciais são compensados com a economia na conta. O gasto de água do prédio vai ser reduzido em 30%. Este foi um dos assuntos discutidos ontem em um seminário sobre água, realizado na sede do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná).
A idéia de aproveitar a água da chuva é bem difundida em países como o Japão. No Brasil, porém, a prática não tem muitos adeptos. O professor do departamento de Engenharia Sanitária Ambiental da UFSC, Masato Kobyama, critica o processo de urbanização, porque toda a água que cai do céu acaba sendo rejeitada. O solo impermeabilizado pelo asfalto e pelo concreto não conseguem retê-la. Muitas vezes tem como destino rios poluídos ou causam enchentes. Ele defende que casas, prédios, escolas e condomínios construam reservatórios para aproveitar esta água. Ela poderia ser usada para regar plantas, na descarga de banheiros e limpeza em geral.
Nova lei
Em São Paulo está sendo criada uma lei para prevenir as cheias. Os empreendimentos, construídos de agora em diante, com mais de 500 metros quadrados de solo impermeabilizado terão que criar reservatórios para reter a água da chuva. Mas a lei nada fala sobre reaproveitamento. “É pena que eles ainda não pensem em usá-la”, critica o professor.
A idéia, talvez, não seja atrativa pelo custo inicial, mas com o tempo torna-se lucrativa. No caso da biblioteca da UFSC serão gastos cerca de US$ 41 mil. Em 32 meses, contudo, a economia com a água já pagou o investimento.
No livro Aproveitamento da água da chuva, lançado ontem por Masato, há idéias sobre o uso da água. A obra é uma tradução de um livro japonês produzido pelo grupo Group Raindrops, na década de 80.