Agricultores integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) fizeram um protesto ontem em frente à Usina Hidrelétrica do Salto Santiago perto do município de Saudade do Iguaçu, região oeste.
Eles querem a revisão das indenizações pagas há 25 anos, quando a barragem foi construída. Pela manhã, eles fecharam a PR-158 por três horas. À tarde, invadiram a usina e só saíram depois que a empresa responsável aceitou participar de uma reunião de negociação.
Os agricultores entregaram a pauta de reivindicações à Tractebel, proprietária da barragem, na última terça-feira, e permaneceram acampados em frente à empresa. Como não houve resposta, começaram os protestos hoje. ?A usina foi feita na época da ditadura. As 3,2 mil famílias atingidas não receberam nada ou o valor foi muito baixo. E agora vão ter que ceder mais 100 metros das propriedades. Queremos que eles indenizem tudo?, explicou um dos coordenadores do MAB no Paraná, Hélio Mecca.
A reunião de negociação deve ser marcada para daqui dez dias com a participação do Ministério de Minas Energia, Ministério do Meio Ambiente, Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Ministério Público Estadual.
Em nota, a Tractebel diz que a atuação tem contribuído positivamente para minimizar problemas fundiários. A empresa afirma ainda que ?os empreendimentos citados pelo MAB não possuem pendências de ordem legal ou ambiental. Alguns já estão em operação há mais de 25 anos, estando, portanto consolidados. Por fim, a nota traz que ?anualmente a Tractebel Energia paga aos municípios lindeiros de suas usinas a Compensação Financeira pelo Uso de Recursos Hídricos (CFURH). Em 2007, o valor deste pagamento foi superior a R$ 89 milhões. A empresa não considera procedentes as reivindicações do MAB e diz de que tomará todas as providências necessárias para garantir o fornecimento de energia elétrica.