Cerca de 300 agricultores e funcionários da empresa de fertilizantes Fosfertil realizaram, durante a manhã desta quarta-feira (14), um protesto em frente a sede da empresa, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. A manifestação – que pode ser um reflexo da audiência pública sobre um possível oligopólio de fertilizantes, realizada na Assembléia Legislativa do Paraná – também aconteceu no centro da capital e terminou na Assembléia.
Foto: Lucimar do Carmo |
Agricultores em caminhada ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico. |
Além de buscar melhores condições de trabalho, os manifestantes questionam os preços dos fertilizantes e criticam a cota mínima de compra do produto. Nesta tarde, a manifestação toma conta das galerias da AL, onde a deputada federal Luciana Rafagnin (PT-PR) deve proferir palavras de apoio ao protesto e às reivindicações dos trabalhadores.
Durante o protesto, organizado pelo Comitê em Defesa dos Pequenos Agricultores e pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Paraná (Sindiquímica), os funcionários da empresa ficaram concentrados em frente aos portões da Fosfertil por cerca de uma hora, além de manter paralisada a produção.
Os funcionários também reclamam da depreciação da manutenção dos equipamentos de produção da empresa. Segundo o coordenador geral do Sindiquímica, Paulo Roberto Fier, a empresa praticamente não investiu na qualificação da produção. "Desde a privatização, a empresa só tem visado o lucro, deixando equipamentos em condições que podem expor os funcionários a riscos".
Já para os agricultores, a Fosfertil aumentou muito o preço dos fertilizantes. Segundo Fier, a manifestação também quer chamar a atenção da sociedade para a influência que o aumento no preço dos fertilizantes tem sobre a inflação dos alimentos. "O cartel das multinacionais sobre o setor de fertilizantes deixa toda a sociedade refém, pois a constituição de um oligopólio influencia de forma incisiva nos preço dos alimentos", comenta.
Para Fier, a ampliação da cota mínima de compra dos fertilizantes efetuada pela Fosfertil impede o acesso dos pequenos agricultores aos fertilizantes produzidos pela empresa.
"Tudo isso contribui para que o preço final de produtos como arroz e feijão cheguem mais caros às prateleiras", atesta Paulo Fier.
Os agricultores também pedem a possibilidade de poder comprar os fertilizantes direto da empresa – prática comum durante a fase estatal da antiga Ultrafértil.
A Empresa
Tentamos contato durante toda quarta-feira com representantes da empresa, porém nenhuma resposta foi obtida. Existe a promessa de que a Fosfertil deverá apresentar uma Nota Oficial se pronunciando sobre o caso.