Há 27 anos o avicultor José Setlik reivindica a construção de um acesso até a propriedade da família nas margens da represa do Passaúna, na região de Ferraria, em Campo Largo. Ele procurou os Caçadores para relatar a história. Metade do terreno foi inundada com a implantação da represa, em 1985, quando a família recebeu a indenização por isto. Na parte alagada estava a estrada original que dava acesso à área rural.

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Os órgãos públicos envolvidos com a represa abriram uma outra estrada de terra, mas que não contempla o terreno de José, deixando a propriedade isolada. A mesma situação estaria sendo enfrentada por outras três famílias, de acordo com ele. O avicultor morava e trabalhava no local, mas deixou a área pela falta de acessos. Tudo seria resolvido com a abertura de uma via de cerca de 400 metros.

“Na época, para a construção da represa, fizeram diversas reuniões e prometeram fazer estes acessos, o que não aconteceu até hoje. Procurei diversos órgãos e já me falaram que eles encontram os acessos no mapa. Mas não estão ali realmente”, comenta José, que paga os tributos referentes ao terreno, incluindo o Imposto sobre Propriedade Territorial Rural.

Desde a inundação, o avicultor procura diversos órgãos para tentar a construção do acesso. “Um acaba empurrando para outro. Me diziam que era necessário este acesso e depois não faziam. Foi um verdadeiro empurra-empurra”, conta. O produtor rural tem documentos que comprovam os requerimentos em diversos órgãos, especialmente na década de 1990, entre eles a extinta Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa), Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e a Ouvidoria do governo do Estado. As últimas tentativas ocorrem no final do ano passado, quando ele procurou a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano (Sedu) e a Prefeitura de Campo Largo.

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Jogo de empurra

A Sedu informou que os acessos para as propriedades afetadas pela represa foram feitos apenas em Araucária, por meio de um convênio entre o governo do Estado e o município na época. A mesma parceria não foi firmada para Campo Largo, causando o problema para os proprietários dos terrenos próximos da represa. “Naquela época, o levantamento foi equivocado e só contemplou Araucária”, afirma Waltzer Donini, chefe de gabinete da Sedu, que conversou com José no ano passado.

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Pela Sedu, nada poderia ser feito, mas Donini conversou no final de 2012 com representantes da prefeitura de Campo Largo, mas não houve sequência no assunto. A administração municipal comunicou, via assessoria de imprensa, que não há nenhum requerimento protocolado reivindicando o acesso. Será necessário que os proprietários façam isso para que a demanda seja encaminhada e um técnico da Secretaria de Urbanismo vá até o local para verificar a situação.

Marcos Borges
José guarda documentos com pedidos de providências.