Acordo selado

Agentes penitenciários retiram indicativo de greve

Após ameaçarem iniciar uma greve e realizarem uma mobilização em frente ao Palácio das Araucárias, nesta terça-feira (13), os agentes penitenciários aceitaram a proposta do governo estadual de reajuste do Adicional de Atividade Penitenciária (APP).

Os servidores que atuam nessa atividade pediam 54,7% na gratificação, mas, depois de um grupo de representantes ser recebido por uma equipe da Secretaria de Estado da Justiça (Seju), após a manifestação desta terça, eles aceitaram o aumento de 31,33%.

Atualmente, o valor do APP recebida pelos agentes penitenciários é de cerca de R$ 1.700 – o adicional chega a ser maior até do que o próprio salário da categoria, que é de aproximadamente R$ 1.000.

“A reunião de hoje foi muito diferente da anterior. O governo nos recebeu muito bem, nos tratou com respeito, o diálogo foi melhor e entendemos que a proposta apresentada está no limite do orçamento, sendo um índice justo”, explica o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Antony Johnson.

A reivindicação teve início em outubro deste ano, depois que outras categorias que atuam em penitenciárias receberam reajustes entre 35% e 54% na Gratificação de Atividade em Unidade Penal ou Correcional Intra Muros (Gadi) – somente os agentes têm direito ao APP, porém os outros profissionais recebem esse outro adicional.

Com a diferença de tratamento entre as categorias, os agentes se mobilizaram e deflagraram um indicativo de greve, além de adotar outras medidas, como a adoção de uma operação padrão.

“O Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) tem um caderno com algumas regras de segurança, que decidimos aplicar à risca, o que causou alguns atrasos em escoltas, atendimentos médicos e outros procedimentos. Mas sabemos que os presos, os familiares e os demais funcionários não têm culpa pelos erros de gestão, então vamos voltar a trabalhar normalmente, mas sem riscos à segurança”, afirma Johnson.

De acordo com o vice-presidente do Sindarspen, os atrasos ocorridos desde a adoção da operação padrão se devem também à defasagem no efetivo. “Na nossa conta, precisaríamos de mais 1.200 ou até 1.600 profissionais. A Seju já está fazendo um Processo de Seleção Simplificado para contratação de 450 temporários, o que é um primeiro passo, mas somente depois que eles começarem a trabalhar é que será feita uma nova avaliação sobre a necessidade de outras contratações”.