Os agentes de disciplina que trabalham nas seis penitenciárias terceirizadas do Paraná prometem entrar em greve à meia-noite de hoje. Eles são responsáveis pela segurança de 2.500 presos. Ontem, representantes das três empresas responsáveis pelo trabalho se reuniram com o secretário de Justiça, Aldo Parzianello, para tratar do assunto. O secretário pediu que as negociações com os agentes fossem retomadas e, caso houvesse greve, servidores do Estado ajudariam a garantir a segurança.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Administração de Casas de Custódia e Penitenciárias do Estado do Paraná (Sitepec), Paulo Roberto Gomes, explica que a categoria quer um reajuste salarial de 10% sobre o vencimento, que gira em torno de R$ 605. Além disso, reivindicam aumento do vale-alimentação, de R$ 35 para R$ 150. No caso do Instituto Nacional de Administração de Penitenciárias (Inap) e da empresa Humanitas, eles pedem também que seja implantada uma gratificação de 20% sobre o salário base dos funcionários, por risco de morte. A outra empresa terceirizada, a Montesinos, já paga o benefício.
Segundo o presidente do sindicato, a categoria optou pela greve porque as negociações com as empresas não avançaram. No entanto, a Montesinos marcou nova rodada de negociação para a próxima segunda-feira. Mas, enquanto a negociação não for oficializada, o sindicato vai manter a greve. As outras empresas ainda não haviam entrado em contato com o sindicato ontem.
O representante do Inap, José Mario Valério, diz que as negociações não foram paralisadas e que a empresa aguarda uma resposta do sindicato. A proposta do instituto não inclui reajuste salarial e prevê apenas aumento de R$ 35 para R$ 70 nos valores do vale-alimentação. Segundo Valério, já existe um plano para manter a segurança em caso de greve. Mas ele não quis entrar em detalhes.
O Inap é responsável pelas casas de Custódia de Curitiba (475 presos), Casa de Custódia de Londrina (417), Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu (518) e Penitenciária Industrial de Cascavel (302). A Humanitas administra a Penitenciária Industrial de Guarapuava (239) e a Montesinos, a Penitenciária Estadual de Piraquara (548). O governo do Estado é responsável por outras dez unidades prisionais.