O salário, atrasado há mais de um mês, chegou às mãos dos agentes de endemias de Londrina, mas não foi suficiente. Os trabalhadores, terceirizados pelo Centro Integrado de Apoio Profissional (Ciap), não recebem vale-transporte e vale-refeição há dois meses. Desde quarta, eles entraram em greve.
Para pedir providências, eles deram indicativo de greve na quinta-feira passada e respeitaram o prazo de 72 horas para o início da paralisação. Com a paralisação, apenas 30% dos 200 agentes ativos de combate à dengue atuarão nas ruas da cidade que, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, atendeu 5.947 pessoas com sintomas da doença e confirmou 1.612 casos de contaminação em 2010.
De acordo com o secretário municipal de saúde de Londrina, Agajan Der Bedrossian, técnicos da prefeitura estão avaliando os locais que tem maior focos do mosquito transmissor da dengue. “Numa operação com número de agentes menor do que o necessário, deveremos privilegiar as regiões que precisam de mais apoio”, afirma.
Enquanto a Secretaria de Gestão Pública avalia a possibilidade de cancelar os quatro contratos do Ciap, a Secretaria da Saúde fica na expectativa. “Aguardamos uma decisão da Justiça sobre a postura que devemos seguir. Estamos torcendo para que o mais rápido possível haja uma solução que privilegie todas as partes: a população que precisa do serviço e o trabalhador que fez sua parte e tem direitos a receber”, garante.
Segundo Márcia Kitano, delegada regional do Sindicato dos Agentes de Saúde do Paraná, a paralisação continuará até que os trabalhadores recebam os vales atrasados.
“A falta de pagamento desencadeou uma série de conseqüências para os trabalhadores, ameaçados de despejo e de corte de luz”, revela. A diretoria do CIAP passou toda a tarde em reunião e encerrou o expediente às 17h sem falar com a imprensa.