Um cartão EstaR vendido nas vias públicas de Curitiba custa R$ 0,75. Um bloco com dez cartões custa R$ 7,50. Quando os motoristas da capital vão estacionar seus veículos nas ruas, eles podem decidir qual das opções vão querer? Em princípio sim, mas na tarde de ontem uma motorista denunciou que recebeu um aviso de infração de um dos agentes de trânsito da Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran), ligada à Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), por não ter dinheiro trocado para comprar um único talão.
A historiadora Izaura Dias de Oliveira, de 45 anos, estacionou o Fiat Siena placa AJC-6896 na Rua Padre Anchieta, n.º 2209, no bairro Bigorrilho por volta das 12h30. Segunda ela, portando apenas uma nota de R$ 50, tentou comprar um cartão EstaR, mas a agente não concordou em vender porque não estava com dinheiro suficiente para realizar o troco. “Os agentes têm que ter troco para qualquer situação. Imagine levar uma multa porque não tem dinheiro para fazer o procedimento. É inaceitável. Agora os motoristas terão que sair de casa com dinheiro trocado senão correm o risco de levar multa”, diz Izaura.
Como não comprou o cartão, a motorista recebeu o aviso de infração por falta de EstaR no local estacionado. Izaura também ressaltou que, em nenhum momento, a agente se ofereceu para trocar o dinheiro em algum estabelecimento da região, procedimento comum nesse caso, segundo informou a assessoria da Urbs. O aviso de infração tem prazo de três dias. Se o motorista regularizar a situação, pagando o valor de um bloco de EstaR (R$ 7,50), dentro desse período, a multa não é aplicada.
Izaura afirmou que vai regularizar a situação, mas mesmo assim, pretende entrar na Justiça. “Outras pessoas viram o que aconteceu. Vou entrar com recurso na Justiça e ainda vou enviar uma correspondência à Prefeitura, à Assembléia Legislativa e à Câmara dos Vereadores de Curitiba para que fiquem sabendo do absurdo que ocorreu. Ninguém divulga o valor-limite para comprar os cartões, como que vamos ficar sabendo disso?”, completou a motorista.
Urbs
A assessoria de imprensa da Urbs informou que os agentes que vendem os cartões EstaR saem com um total de R$ 37,50 para realizar o troco, por medida de segurança. Para evitar a ocorrência de assaltos, argumenta a instituição, todos levam pequenas quantidades de dinheiro. No caso específico de notas de R$ 50 e de R$ 100, a Urbs explicou que os agentes se oferecem para acompanhar os motoristas até algum estabelecimento para trocar o dinheiro. A Urbs ainda informou que o valor-limite não está presente nos cartões EstaR porque qualquer mudança no preço poderia significar desperdício do material já produzido.