Com a proximidade do Dia dos Namorados, muitos solteiros intensificam a busca da “tampa da panela”. O medo da solidão, mesmo em tempos de internet, redes sociais e popularidade na esfera virtual, faz com que homens e mulheres das mais variadas idades ainda sonhem com o casamento e busquem alternativas como as agências de relacionamentos.
É o caso dos 2 mil inscritos na agência Par Ideal, de Curitiba, que já realizou mais de 1.750 casamentos em 17 anos de funcionamento. Segundo a diretora da agência, Sheila Riegler, a procura condiz com a realidade: 40% dos clientes são homens e a maioria (60%), mulheres. Ainda assim, dependendo da faixa etária, há mais homens. “Dos 22 até 29 anos, nós temos mais homens, solteiros, bem-sucedidos, que gostariam de ter uma namorada do mesmo nível e que querem algo realmente sério. Eles reclamam que geralmente as mulheres desta faixa etária querem só ficar”, explica Sheila. De acordo com ela, a cliente mais jovem tem 19 anos e o mais velho tem 82, mas a maioria tem entre 30 e 55 anos.
O professor de sociologia e antropologia da PUCPR, Cauê Kruger, explica que a ideia de relacionamento vem sendo vista de maneira diferente ao longo do tempo. “O casamento é ainda um fenômeno central para grande parte dos indivíduos, mas ele não é mais visto como tão eterno ou necessário como era cinquenta anos atrás. Não são poucos os indivíduos que se satisfazem com relações mais fugazes ou menos comprometidas”, analisa. Ele comenta ainda que, por mais que as expectativas dos papéis de marido e mulher apresentem diferenças na atualidade, a existência de um relacionamento parece fundamental para a sensação de plenitude.