Já que o secretário de Transportes do Paraná, Mário Stamm Júnior, declara que o órgão passou muitos anos sem planejar e não tem projetos prontos para implementar mudanças nas rodovias paranaenses, integrantes da Associação dos Engenheiros do Departamento de Estradas de Rodagem (Aeder) decidiram ir a campo e levantar informações que possam embasar novos investimentos. Eles sugerem a criação de um pedágio de conservação, administrado pelo DER.
Na última terça-feira, foi entregue ao governador Orlando Pessuti o Programa Rodoviário de Ações para o Crescimento Econômico-Social do Paraná (Prorodar). A proposta estima que o Estado deverá investir R$ 25,3 bilhões na conservação, manutenção e ampliação das rodovias estaduais até 2030 para acompanhar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que deverá crescer R$ 309,3 bilhões neste período.
Não foram estudadas as rodovias entregues à iniciativa privada sob concessão, mas, de acordo com o presidente da Aeder, Octávio José da Rocha, essas rodovias foram abordadas no programa. “Sugerimos que é necessário maior diálogo entre o governo e as empresas, e ações mais intensivas”, afirma.
O projeto apontou 10.174 km de rodovias estaduais pavimentadas e 1.819 km sem pavimentação. Para que elas apresentem melhor qualidade, o programa sugere a divisão dos serviços entre a administração direta e empresas terceirizadas.
Foram feitos nos dois últimos anos estudos de tráfego e pesquisas de origem e destino através de entrevistas em nove pontos para propor mudanças de classe de rodovias de acordo com o tráfego.
O diagnóstico dos engenheiros também aponta a necessidade de ações já para o próximo ano, para eliminação de pontos críticos. Prevê ainda a implantação de um sistema de contagem de tráfego permanente, incluindo contadores mecânicos e a utilização da gerência de pavimentos como ferramenta de planejamento.
A longo prazo são previstas obras maiores, como a construção de contornos, trevos, terceiras pistas, duplicações e ampliações de pontes. “Percebemos em todo o Estado pontos críticos que estão causando a morte de muita gente. Além dos acidentes, esses pontos também estão atrapalhando o andamento da economia do Paraná”, ressalta Rocha.
Apesar de constar nos objetivos do programa que é prevista a redução de custos do transporte, para pagar uma obra tão cara, o programa sugere a implantação de um pedágio de conservação com 16 praças para manter 1.400 km de rodovias com tráfego acima de três mil veículos. “Sabemos que não terá dinheiro para tudo, portanto sugerimos um pedágio de conservação que teria como maior custo R$ 2,50”, explica o presidente.