O advogado João Faria Júnior, especialista em criminologia, elaborou por conta própria uma plano de segurança pública e entregou no início do mês ao coordenador da equipe de transição do governo Lula na área da segurança, Luiz Eduardo Soares. Ele defende a mudança dos fatores que levam ao mundo do crime, como a família e questões socioeconômicas, educacionais e ambientais. “O governo deve atacar cada situação dessas. Deve ser feito um mapeamento das famílias e posteriormente ajudado aquelas mais necessitadas. Assim teremos famílias mais capazes de criarem seus filhos longe da delinqüência”, salientou Farias.
Ele dividiu seu trabalho em duas fases: pré-delinqüência e pós-delinqüência. Na primeira, ela destaca a necessidade de uma polícia comunitária municipal, que faria patrulhamento 24 horas, sempre a pé e teria o apoio da Polícia Militar. Na pós-delinqüência, Farias defende uma nova ótica de avaliação do criminoso. Hoje o critério de aferição é a responsabilidade moral. “Coisa impossível pois o delinqüente não tem essa responsabilidade. O correto seria avaliar pelo estado de periculosidade ou antissociabilidade”, afirmou o estudioso.
Em vez de presídios existiriam institutos recuperacionais, com no máximo 300 internos, divididos conforme a periculosidade. “Eles seriam obrigados a estudar e trabalhar numa atividade rentável. Após, seriam levados para a divisão de egressos, um órgão intermediário antes da liberdade total”, explicou. Para Farias, o aumento nas punições não ressocializa.