Várias pessoas estão vivendo com o lixo que recolhem em um aterro particular no Atuba, região Norte de Curitiba. Além de adultos, muitas crianças também ficam no local e brincam no meio de entulhos e lixo. O proprietário da área afirma que não consegue controlar a entrada das pessoas.
A área, de 40 mil metros quadrados, fica em frente ao condomínio AlphaVille Graciosa, na Estrada da Graciosa, e faz divisa com a Chácara Silva, onde são produzidos alimentos orgânicos. Os catadores moram na Vila Zumbi e afirmam que há mais de seis meses coletam os materiais que são despejados por caminhões particulares. Tudo o que conseguem recolher é vendido para empresas de reciclagem. Eles não usam qualquer equipamento de segurança, como luvas ou botas.
As pessoas passam o dia todo no local a espera dos caminhões, bem como, revirando os entulhos despejados -na maioria restos de construções e madeira. A reportagem de O Estado flagrou as famílias almoçando no local, embaixo de uma barraca improvisada com lonas. A refeição era feita em marmitas, em meio a uma fumaça produzida pela queima de lixo. No mesmo local estava uma criança, com menos de um ano de idade, dentro do carrinho de bebê, sem que a mãe se importasse com a situação.
O proprietário da área, Agmar Silva, disse que não consegue controlar o acesso ao local, pois muitas vezes a cerca de arame é cortada. Ele explicou que o local é um aterro particular, que é usado para despejar restos de construção de obras tercerizadas. “A maioria é terra e saibro, mas junto acaba vindo outro tipo de produto como papel e madeira que eles recolhem para vender”, disse. Silva falou que, por várias vezes, tentou tirar as pessoas do local, até com a ajuda da polícia, mas eles são hostis e acabam voltando. Apesar do problema, Silva comenta que o fato acaba mostrando um lado social crítico dessas famílias, que acabam se sujeitando a essa situação por falta de oportunidade de trabalho. “É uma situação difícil, mas sei que tem esse lado social”, comentou.