Adolescentes do litoral conhecem a capital

Um grupo de 14 adolescentes das comunidades de Limoeiro e Lajeado, localizadas em Antonina, e que integram a Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, estão passando um final de semana diferente. Eles vieram conhecer a capital de seu estado. Mas não será só um passeio deslumbrante, apenas por parques, shoppings, museus e outras construções de Curitiba. Os garotos também conhecerão os problemas da "cidade grande", visitando favelas e regiões poluídas da Cidade Industrial de Curitiba.

Segundo o diretor da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Borges, que organizou a viagem, a idéia é permitir que os jovens tenham uma noção realista do que é a capital, com seus grandes prédios e várias opções de cultura e lazer, mas também os problemas gerados pelo crescimento populacional, como a falta de oportunidades de trabalho e de condições da saúde e educação. "A proposta é a de visualização de um horizonte, não a idealização da cidade como o melhor lugar para se viver, isso é falsidade", esclarece.

No roteiro de ontem estavam o passeio pelo Museu Oscar Niemeyer (MON), lanche no Bosque João Paulo II e visitas à favela do Capanema e à Cidade Industrial de Curitiba. Já hoje, os jovens participaram de uma partida de futebol com garotos de Curitiba para, depois, assistirem ao jogo entre Atlético x Palmeiras, às 18h, na Arena da Baixada. "O esporte e a cultura são complementos fundamentais à educação de qualquer um", diz Clóvis.

Sobre as visitas de ontem, o museu foi o local que mais impressionou as crianças. "Fiquei encantado com os quadros e com a arquitetura daqui", revelou Jessé de Veiga dos Santos, de 16 anos. "É imenso, muito bonito", completou Roberson Marceniuk, 13. Mas a ida à favela também serviu para os garotos refletirem. "Foi muito interessante ver como aquele povo se vira", explicou Roberson. "É importante saber que também tem um outro lado, que Curitiba não é só beleza", emendou Jessé.

Para Clóvis, o passeio está sendo importante para mostrar aos jovens que existe um horizonte muito próximo deles e que antes parecia indisponível. "Outro ponto importante é que esse pessoal, por estar em uma área de reserva, é muito cobrado nas questões de preservação ambiental e, aqui, eles estão vendo que existem muitos problemas desta natureza". 

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