A Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (Pense), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, (IBGE) apontou que Curitiba não está nada bem no setor.
O estudo apontou que a capital paranaense é a que mais apresenta estudantes (na faixa etária dos 13 aos 15 anos) que já experimentaram bebidas alcoólicas ou que fazem uso delas. Curitiba também apresentou o maior índice de estudantes que já se embriagaram alguma vez, que fumam e já usaram drogas ilícitas.
Foram entrevistados 618,5 mil estudantes de escolas particulares e públicas, que frequentam o 9.º ano do ensino fundamental, nas capitais e no Distrito Federal. O estudo foi feito com jovens na faixa etária dos 13 aos 15 anos.
Conforme os dados da Pense, o percentual de estudantes de Curitiba (nessa faixa etária) que já beberam alguma vez é de 80,7%. O menor índice ficou com Macapá (55,1%).
A média nacional foi de 71%. Já em relação à embriaguez, 30% dos estudantes de Curitiba pesquisados relataram ter chegado a essa situação, a maior frequência entre as capitais.
O menor índice de embriaguez foi verificado em Fortaleza, com 15,7%. No que se refere ao cigarro, 35% dos pesquisados disseram já ter fumado, a maior porcentagem também entre as capitais.
Em todo o Brasil, 24% disseram ter fumado cigarro. Neste item, Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, ficou em terceiro lugar (29,6%) e em segundo, Campo Grande, no Mato Grosso do Sul (32,7%).
As drogas também deixaram a capital paranaense em “maus lençóis”. Segundo a Pense, 13,2% dos jovens de Curitiba, na faixa etária pesquisada, já usaram algum tipo de droga ilícita.
O menor percentual ficou para Macapá, com 5,3%. As drogas citadas pelo estudo foram maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança perfume e ecstasy. A média nacional foi de 9%.
Curitiba também foi uma das cidades que mais registraram brigas entre os estudantes, inclusive com armas de fogo. O percentual de jovens que se envolveram nessa situação na capital paranaense foi de 18,1%.
A menor percentagem foi em Teresina (8,4%). No que se refere ao uso de armas de fogo nessas brigas, a capital paranaense ficou em segundo lugar (com 9,2%), perdendo apenas para Boa Vista (9,4%).
A pesquisa também apontou dados gerais, como o número de estudantes matriculados em escolas públicas (40.865, quase 80% do total) e escolas privadas (128.690, ou 20,8% do total).
Curitibanos praticam exercícios
Embora o estudo tenha trazido vários dados negativos para Curitiba, há também o que se comemorar. Segundo a Pense, os estudantes da capital são os que mais praticam atividades físicas, contrariando os índices nacionais.
A Pense constatou que a maioria dos estudantes na faixa etária pesquisada no Brasil (56,9%) não pratica atividades físicas. Na capital paranaense, 49% dos estudantes são inativos (ou insuficientemente ativos), ou seja, praticam de 1 a 149 minutos de atividades físicas por semana.
Os maiores percentuais de estudantes inativos ou insuficientemente ativos ocorreram em São Luís-MA (65,8%) e Maceió-AL (64,5%). Florianópolis, capital de Santa Catarina, também ficou bem classificada nesse item: 48,5% dos estudantes pesquisados são inativos.
A presença dos pais dentro das residências também foi pesquisada. Curitiba é a segunda cidade que mais tem as figuras materna e paterna residindo com os filhos (62,8%).
Sexo
A Pense apontou também que dos 30,5% dos estudantes brasileiros que tiveram relações sexuais, 75,9% declararam ter usado preservativo. O índice de Curitiba foi de 78,5%.