Adesivos de família são pouco perigosos

Adesivos de bonecos, que representam as pessoas amadas, viraram moda na traseira de carros por todo o País. Para algumas pessoas, esse tipo de desenho pode oferecer subsídios à criminalidade para tornar o dono do carro a próxima vítima de um roubo ou sequestro. Delegados atuantes em Curitiba garantem que não.

A dentista Juliana Borges colocou no carro os bonequinhos que representam ela e seu namorado. Mesmo assim, tem medo do que esses desenhos podem representar. “Ali você sabe quantos homens, mulheres ou crianças usam o carro. Uma pessoa de má fé que consiga esses dados pode fazer aquelas ligações fingindo sequestro. Se eu tivesse filhos, acho que não colocaria”, confessa.

O coronel Roberson Bondaruk, comandante da Academia Policial Militar do Guatupê, destaca perigo em alguns adesivos. Para ele, os adesivos mais perigosos não são os dos bonequinhos. “Os adesivos de academia, universidade ou até dos bonequinhos são mais genéricos, não apresentam tanto risco. O problema são os decalques com dizeres como “fulano à bordo’ ou “fulano e beltrana: amor eterno’, por que esses nomes podem ser utilizados por um delinquente interessado em forjar um sequestro, por exemplo”, garante.

Sem medo

Para tranquilizar quem já tem os adesivos no carro ou tem interesse de colar, o delegado Riad Braga Farhat, titular do Grupo Tigre, garante que essa moda não apresenta risco. “Os sequestros não acontecem de uma maneira tão simples. Todos os que atendemos tem um histórico de indicação de familiares ou ex-funcionários, e o sequestrador faz um estudo muito mais detalhado”, afirma.

De acordo com ele, para realizar um sequestro o criminoso precisa conhecer vários pormenores que os adesivos não são capazes de mostrar.

O delegado Luiz Carlos de Oliveira, titular do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), também acredita que os adesivos do carro não dão subsídios suficientes para incentivar um crime. “Dificilmente alguém vai se basear nos adesivos para cometer um roubo ou sequestro. Eles já existem há décadas e nunca acarretaram problemas”, afirma.

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