A polêmica proposta de reabertura da Rua XV de Novembro aos carros foi tema de um debate promovido ontem, pela Associação Comercial do Paraná (ACP), em Curitiba. Aberta ao público, a reunião contou com a presença de arquitetos e profissionais da área de urbanismo contrários e favoráveis à idéia, além de membros do governo e da comunidade interessados em opinar sobre o tema. O debate para liberar novamente o acesso de carros à parte do famoso calçadão do centro da capital surgiu há seis meses e vem dando o que falar na cidade. Alguns arquitetos acreditam que liberar parcialmente a Rua XV seria viável no sentido de fomentar seu uso e ajudar na revitalização do centro, mas a maior parte das pessoas que participaram do encontro de ontem demonstraram não estar a favor do projeto.
O arquiteto Salvador Gnoato, vice-presidente da entidade e precursor da idéia, não pôde comparecer devido ao falecimento de seu pai, o ex-presidente da Câmara de Vereadores de Curitiba João Batista Alberto Gnoato.
Junto com ele, o arquiteto Bruno Padovano, professor da USP, os comerciantes Jacques Rigler, presidente da Associação dos Lojistas da Rua das Flores, e Euclides Moreira de Souza, além do jornalista Cândido Gomes Chaga e a arquiteta e urbanista Gilda Amaral Cassilha, mestre em Administração Pública e Planejamento Urbano, defendem a idéia de se pensar em reabrir a XV aos carros. Contra a possibilidade estão o arquiteto e urbanista Jaime Lerner, autor da pedestrianização da rua; o comerciante Camilo Turmina, que tem loja há 25 anos na rua; o presidente da Boca Maldita, Ygor Siqueira; o jornalista Luiz Geraldo Mazza; a arquiteta e urbanista Maria Luiza Marques Dias, da USP, e o arquiteto Rafael Dely, um dos principais componentes da administração municipal que implantou o calçadão. O encontro deu origem a um documento que será encaminhado às autoridades municipais e estaduais.